A extensão dos danos financeiros na Pierer Mobility AG, dona das marcas KTM, Husqvarna, GASGAS e parte da MV Agusta está se tornando aparente – e não é pequena. E fala-se que a gigante Red Bull já estaria pronta para injetar dinheiro e ajudar os compatriotas austríacos.
Depois de 13 anos de um crescimento ininterrupto e estratosférico, a Pierer Mobility tombou forte em 2024. Devido às difíceis condições econômicas globais, as vendas e volume de negócios caíram drasticamente, ao mesmo tempo em que os estoques aumentaram, uma vez que provavelmente a produção continuou inabalável por demasiado tempo.
As condições de pagamento aos concessionários tiveram que ser extendidas e os custos aumentados. De acordo com o jornalista alemão Günter Wiesinger, seriam 348 milhões de euros em contas a receber de concessionários e parceiros comerciais da Pierer Mobility. O fato é que a empresa ficou com um enorme problema de liquidez em mãos para resolver.
O número de membros do conselho administrativo caiu de seis para dois. O número de funcionários já teve de ser reduzido várias vezes em 2024 e a estrutura, que no seu auge chegou a ter 6.000 funcionários, agora estaria com cerca de 4.500. A produção será paralisada em janeiro e fevereiro de 2025 e um financiamento de três digitos de milhões de euros posto em ação para garantir a estabilidade.
Não se sabe quem concederá o empréstimo, mas Wiesinger acha que uma jogada que Stefan Pierer fará é trazer Mark Mateschitz, filho do falecido fundador da Red Bull, Didi Mateschitz como um novo investidor da KTM e Cia. A gigante das bebidas energéticas fez algo parecido com a fabricante de vestuário Alpinestars durante a pandemia de Covid-19.
“Não somos os únicos com problemas. Precisamos nos tornar mais rápidos e mais enxutos e correr riscos como empreendedores novamente”, disse Stefan Pierer em entrevista a um jornal austríaco. “Certamente não vou desistir do trabalho de minha vida. Tenho sorte de poder defender nossa base com o apoio de nossos quarteis-generais na China e na Índia.”
“Os custos com pessoal na Áustria aumentaram 25% em três anos”, queixou-se Pierer na publicação. “Com uma quota de exportação de 95%, isso aumenta as dificuldades nos negócios internacionais”. Por isso fala-se que o executivo estaria em rota de colisão com políticos e autoridades austríacas.
Especialista em reestruturação, Stefan Pierer comprou a combalida KTM em 1992. Naquela época, a produção era de 6.000 unidades anuais e haviam apenas 150 funcionários. O grupo vinha em crescimento contínuo desde 2008 e chegou a incrível marca de 382 unidades comercializadas em 2023 – somando-se todas as marcas é claro.
À princípio, o envolvimento da KTM com o Mundial de Motociclismo continua. No entanto, as marcas Husqvarna e GASGAS vão ser desligadas dessas competições a partir de 2025. Em 2023, os custos das corridas foram estimados em 70 milhões de euros. No entanto, parte desse investimento é amortizada pelas empresas parceiras, Red Bull, Mobil, Motul, Motorex e Dorna Sports.