Ao desembarcar nas ruas brasileiras, a Suzuki GSX-8S enfrentará rivais de peso que já enfrenta lá fora, mas que talvez o público alvo não tenha se dado conta. Vamos dar uma olhada nelas?
Antes de mais nada, uma rápida passada nas especificações técnicas da nova Suzuki, que parte de R$ 51.500,00: motor de dois cilindros em linha com 776 cm³ que rende 83 cv a 8.500 rpm e 7,95 kgf.m a 6.800 rpm. Seu chassi é tubular de aço, com braço oscilante de alumínio.
Os garfos invertidos de 43 mm não tem ajuste e na hora de brecar, dois discos de freio de 310 mm com pinças radiais Nissin de quatro pistões fazem a tarefa. O painel é de TFT, de cinco polegadas com 3 modos de condução, 3 níveis de controle de tração e 3 de controle de deslizamento.
Honda CB 650R (R$ 52.590)
Vamos começar pelo big four, especialmente pela líder de nosso mercado, Honda. A grande adversária da GSX-8S ainda não veio ao Brasil, a Hornet 750. Por aqui, a marca oferece apenas a CB 650R, a única motocicleta do segmento com quatro cilindros em linha, o que para muitos é o que basta.
Com o preço tabelado a partir de R$ 52.590, a CB650F é mais cara, mas tem números de desempenho superiores: 95 cv e 6,52 kgf.m de torque. O quadro é do tipo diamond, de aço, e as bengalas Showa SFF de 41 mm são completamente ajustáveis.
Apesar disso, a Honda do Brasil ainda não disponibiliza o modelo com as últimas atualizações, que estreou no exterior esse ano. O painel, por exemplo, ainda é o antigo de LCD negativado (o que eles chamam de blackout) e não o novo de TFT colorido.
A sua parte eletrônica é bem básica, incluindo embreagem deslizante, três modos de pilotagem e de controle de tração, além de um soquete USB-C sob o assento para carregar seus dispositivos. E só. Mas o peso da marca, os três anos de garantia, e a farta rede de concessionárias pesam a favor.
Yamaha MT-07 (R$ 47.990)
A grande vedete da classe é sem dúvida a Yamaha MT-07. Desde que estreou em 2014, a naked bicilíndrica da Yamaha é um verdadeiro sucesso e fez todas as fabricantes rivais olharem diferente para essa configuração de motor, até então subestimada.
O pacote da moto é inegavelmente bom. A começar pelo motor de 689 cm³ que entrega 74,8 cv a 8.750 rpm e 6,9 kgf.m de torque a 6.500 rotações, mas parecem muito mais. O truque? A ordem de disparos a 270º, que melhora a distribuição de potência e deixa o ronco mais interessante.
A MT-07 também atrai pelo design moderno e de bom gosto, pacote eletrônico eficiente e pela rede de concessionárias ampla e com boas condições. Para se ter uma ideia, o preço parte em São Paulo de R$ 47.990, um dos mais competitivos da categoria.
E o dark side da MT-07, qual é? Os garfos são convencionais, sem regulagens e o painel ainda é aquele de LCD, sem conectividade. Na verdade, a Dona Yamaha ainda está disponibilizando no Brasil o modelo da primeira geração atualizada… em 2018. No exterior, a moto já é outra, bem mais moderna.
Kawasaki Z650 (R$ 46.990)
A Kawasaki Z650 foi uma das primeiras nesse segmento e nessa configuração de motor, desde quando ainda se chamava ER6-N. Seu bicilíndrico de 649 cm³, com ordem de disparos a 180º (não 270º) entrega modestos 69 cv a 8.000 rpm e 6,6 kgf.m de torque a 6.500 giros.
Não há nenhum problema particular com essa configuração. Apenas as vibrações costumam ser um pouco mais perceptíveis (apesar dos eixos contra rotantes) e o ronco é aquele bem típico de um dois cilindros clássico, imortalizado nas antigas CB500 e que agrada alguns e irrita outros.
Mas a moto em si é muito boa. O design é moderno, o acabamento é dos melhores e a parte eletrônica é atual, a começar pelo painel digital de TFT de 4,3 polegadas com conectividade com o seu smartphone. Farol e lanterna traseira são de LED. A embreagem é deslizante.
Ao contrário da Yamaha, a Kawasaki não demora muito em trazer o modelo atualizado no exterior, de modo que a Z650 brasileira é idêntica a do resto do mundo, detalhes que fazem a diferença para algumas pessoas. O preço? É simplesmente o melhor da categoria.
Triumph Trident 660 (R$ 49.990)
A Trident 660 marcou o início de uma nova era para a Triumph, onde eles buscam se aproximar mais do comprador comum e menos abastado financeiramente. Por isso mesmo, o modelo tem um preço básico muito atraente, R$ 49.990, e um pacote bem recheado.
A começar pelo motor, o único tricilíndrico da categoria e dono de um som rouco, instigante. São bons 81 cv a 10.250 rpm e 6,5 kgf.m a 6.250 rpm. Os garfos invertidos de 41 mm têm regulagens e os discos de freio de 310 mm contam com pinças Nissin de dois pistões. Os pneus são Michelin Road 5.
Apesar da proposta custo/benefício, a Trident tem um pacote eletrônico bem legal: acelerador ride-by-wire, dois modos de pilotagem, controle de tração, painel digital TFT colorido que pode ser pareado com um smartphone e iluminação completa de LED.
Isso para não mencionar o design bem cuidado e o acabamento nível premium, o mesmo que você encontra em uma Tiger 1200. Não há relatos de problemas técnicos, mas a rede de concessionárias diminuta pode ser um problema, se você mora longe das capitais.
Pensando fora da caixa…
Quem está pensando em comprar uma motocicleta nova com estes valores geralmente não conta os reais envolvidos um por um. É uma classe que está nessa porque gosta mesmo de motos e fatores subjetivos e pessoais entram em cena. Eles podem muito bem decidir a compra.
Então, assim sendo, por que não ir um pouco além e pensar em uma Ducati Monster? Seu preço no Brasil está um passo além das outras: R$ 79.990. Mas a entrega de maquinário também: 937 cm³, 111 cv a 9.250 rpm, 9.5 kgf.m de torque a 6.500 rotações, quadro de alumínio, peso a seco de 166 kg.
A Ducati é uma empresa que joga com seus sentimentos. Você paga mais caro, mas garante olhares de admiração, além de entrar no universo vermelho dos líderes da MotoGP. O lado ruim é que ao saírem da concessionária, elas despencam de preço vertiginosamente. Não são pra qualquer um.
Pense também em uma BMW F900R. A marca alemã não divulga seus preços no site, mas deve girar próximo ao da Monster, com qualidade semelhante. Sentiu falta de alguma? É KTM, cadê você? A 790 Duke seria perfeita para esse comparativo, mas não há nenhuma a venda no Brasil…