A Ducati Panigale V4 já é uma das motocicletas de produção mais próximas de uma MotoGP e deve se aproximar ainda mais, com a adoção de uma caixa de câmbio “sem costuras” nos próximos anos.
Introduzido pela Honda em 2010, o câmbio seamless (ou sem costuras), é parecido com o sistema DCT da marca, porém utilizando apenas uma embreagem. Um tambor de mudança convencional sempre engata duas marchas ao mesmo tempo em um eixo de entrada de duas partes. Um par de engrenagens funciona livremente enquanto o outro transmite o torque.
Quando o piloto inicia uma troca de marcha convencionalmente com o pé, ele não apenas gira o tambor da marcha, mas também libera a próxima marcha enquanto a anterior é retirada. Com essa rotação, a próxima marcha é trazida para frente. Isso permite trocas com potência total e sem interrupções na tração, evitando assim o chamado “choque de mudança”.
Com um quickshifter convencional, por exemplo, você pode sentir o choque de mudança quando a traseira treme ligeiramente ao mudar de marcha ou a motocicleta se move brevemente em torno de seu eixo vertical. O câmbio seamless acaba com esse problema economizando preciosos décimos de segundo por volta. Uma década mais tarde, seu uso está completamente disseminado na Categoria Rainha.
De acordo com os alemães da revista Motorrad, a Ducati quer ser a primeira a introduzir a tecnologia em um modelo de produção, algo que sempre foi descartado devido ao seus altos custos. Além disso, há um segundo problema a contornar: a durabilidade. O sistema é consideravelmente mais frágil do que uma caixa de câmbio convencional, capaz de durar milhares de quilômetros. Na MotoGP, os componentes são revisados frequentemente.
As patentes aqui descobertas mostram soluções mecânicas que indicam claramente o uso do sistema em uma caixa de câmbio existente. A maior vantagem é que a transmissão não precisa de componentes eletrônicos ou hidráulicos. Apenas o atuador do motor precisa de informações sobre o tipo de caixa de câmbio, pois os eixos precisam de um acelerador para liberar a mudança continua que deixa o câmbio mais rápido e silencioso.
Vai ser interessante ver como a Ducati vai contornar os problemas de durabilidade do sistema em um modelo de produção regular. Mais ainda, no quanto isso vai acrescentar em preço à caríssima Panigale V4. Mas eles já perceberam que seus potenciais compradores não estão muito preocupados com isso..