Com a demanda por motos em alta, a produção também aumentou. De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), foram fabricados 18% a mais veículos de duas rodas no primeiro semestre.
O levantamento da Associação, que reúne os dados de todas as principais fabricantes do país, anotou 671.293 unidades de janeiro a junho de 2022, ao passo que no mesmo período de 2021 foram registradas apenas 568.863 veículos de duas rodas, ou seja 102.430 a mais.
O semestre, entretanto terminou em baixa. Foram produzidas 101.695 unidades em junho, bem menos que as 129.781 registradas em maio e menos até do que as 105.450 observadas em junho de 2021. Entretanto, o mês mais produtivo foi março de 2022, com 136.350 veículos de duas rodas produzidos.
Esse é o primeiro ano em que a produção quase não está sentindo os efeitos da pandemia, que afetaram bastante os números de 2020 e 2021. Por isso, a Abraciclo segue otimista e espera que 1,3 milhão de unidades deixem as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus até o fim do ano, mais do que as 1,1 milhão de 2021.
“As unidades fabris retomaram o ritmo das linhas de montagem e registram crescimento sustentável durante o primeiro semestre”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. “Somado a isso, temos um mercado com tendência de alta, com o avanço dos serviços de entrega (Delivery), o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, além do aumento dos preços dos combustíveis”, complementa.
A expectativa da Abraciclo é encerrar 2022 próximo aos patamares alcançados em 2014. Naquele ano, foram produzidas 1.517.662 unidades. Mas ainda é muito longe do nosso recorde estabelecido em 2008, com 2.140.907 unidades produzidas. A segunda melhor marca foi estabelecida em 2011: 2.136.891.
“Mesmo com o aumento da expectativa de produção, seguimos atentos às diversas variáveis que poderão impactar negativamente o mercado, como a alta da inflação e o aumento da taxa de juros que reduzem bastante o poder aquisitivo da população. Além disso, estamos num ano eleitoral e, como acontece sistematicamente, isso gera muito estresse no mercado”, ponderou Fermanian.