A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgou os seus dados de produção referentes ao fatídico ano de 2020. Como se esperava, os números caíram 13,2%, mas nem tudo são más notícias.
De acordo com a associação, foram 961.986 unidades produzidas de janeiro a dezembro de 2020, contra 1.107.758 em 2019, ou seja, 145.772 motocicletas a menos. O principal motivo disso não podia ser outro senão a pandemia de Covid-19, que acertou em cheio o Estado do Amazonas, lar da maioria das fábricas.
Entre março e maio de 2020, praticamente todas as fabricantes de motocicletas precisaram interromper ou reduzir drasticamente o ritmo de produção para conter o contágio em um momento em que todos ainda estavam aprendendo a lidar com o vírus.
Para se ter uma ideia, a Honda, que teve a sua produção interrompida por quase dois meses, montou 757.866 unidades em no ano passado, ao passo que em 2019 haviam sido 909.384, uma diferença de 151.518 unidades ou 16,6%.
Mas nem todas produziram menos. A Yamaha, que ficou menos tempo parada, por exemplo, conseguiu recuperar o prejuízo e montou 160.500 modelos em 2020 contra 153.125 no ano anterior, um aumento de 7.375 unidades, ou 4,8%.
No comparativo mês a mês, a produção caiu quase a zero em abril. Mas, a partir de maio começou a recuperação, que teve em novembro o seu melhor momento, com 104.094 unidades, antes de cair novamente para 73.471 em dezembro. Entretanto, o mês ainda foi superior ao mesmo período de 2019, que anotou 69.062 unidades montadas.
No final das contas, as 961.986 unidades anotadas durante 2020 ainda ficam a frente do desastroso ano de 2017, que viu apenas 882.876 modelos montados, o pior desde 2002 (861.469). Nosso recorde aconteceu em 2008 (2.140.907).
“A chegada da vacina será o ponto chave para recuperarmos as perdas provocadas pela maior crise, tanto sanitária quanto econômica, que já enfrentamos“, disse o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. “Por isso, acreditamos que a tendência é que a produção de motocicletas siga em ascensão nos próximos meses”, acredita.
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