O diretor da equipe KTM, Pit Beirer escancarou o que é participar do Campeonato Mundial atualmente. As equipes estão exigindo até 300 mil euros para um jovem piloto ingressar na Moto3: “São famílias que apostam tudo em uma única temporada, isso gera muita pressão”.
Beirer foi entrevistado pelo Speedweek para comentar as novas regras estabelecidas pela FIM, que aumentou o limite de idade nas categorias de base de 14 para 16 anos e no Mundial para 18 anos a partir de 2023. O ex-campeão de motocross aprova, para dar aos jovens um pouco mais de tempo para ganhar experiência e evitar mortes como a de Jason Dupasquier, Hugo Millan e Dean Berta Viñales esse ano.
“Fizemos de 60 a 100 reuniões de segurança com os pilotos para discutir essas cenas perigosas. Eles ouviram repetidamente o que não fazer. Puni-los largando da última posição ou do pitlane não trouxe nada e não melhorou nada“, disse Beirer. “Creio que é sensato dar este passo agora aumentando a idade mínima. Aí o pessoal tem um pouco mais de tempo e menos pressão de ter que achar uma boa vaga na Moto3 aos 16 anos ou nunca mais conseguir“.
Beirer também acredita que o aumento na idade mínima é uma tentativa de reduzir a pressão sobre os jovens pilotos e suas famílias, que apostam alto no sucesso do filho. O austríaco revelou que as equipes estão pedindo 300 mil euros (quase R$ 2 milhões) por temporada e, muitas vezes, vendem tudo o que tem.
“Os pais dos pilotos agora, às vezes, recebem pedidos de quantias consideráveis se quiserem trazer seus filhos para uma equipe. Você tem que pagar 300.000 euros se quiser comprar uma vaga na Moto3. Vi uma nova lista de preços em Misano“, revelou. “Trata-se de um piloto que já corre e procura vaga para 2022. Isso cria muita pressão sobre eles. São famílias, possivelmente meios de subsistência arruinados por uma única temporada. Quero ver esporte, não um campo de batalha“, reitera.