O piloto de testes da Ducati Michele Pirro fez revelações interessantes sobre sua vida na retaguarda da equipe italiana. O testador disse que não conseguiu pilotar a moto com o mapeamento de Casey Stoner: “é uma coisa impossível, desumana“.
Pirro foi o convidado da vez no podcast do site italiano GPone nos últimos dias. O italiano primeiramente comentou o que pensa sobre Andrea Dovizioso que, segundo ele, não tem o mesmo nível de confiança mental de Marc Márquez.
“Dovizioso não acredita o suficiente [em si mesmo] e se limita. Obviamente não é fácil e, quando falamos em derrotar Márquez, estamos falando em derrotar um fenômeno“, disse o piloto de 33 anos. “De qualquer forma, Dovi tem muita velocidade e pode competir com todos, nos últimos anos tem feito um grande trabalho“.
Uma das perguntas mais interessantes foi quando relembraram Casey Stoner. Segundo Pirro, o australiano, que até hoje é o único a ter conseguido um título mundial com a Ducati tem uma característica de pilotagem impossível de ser replicada.
“Foi uma sorte trabalhar com ele, assim como outros campeões, mas Casey tem características que não podem ser replicadas, ele foi o único que me impressionou“, disse Pirro. “O estilo dele era incrível. Uma vez tentei pilotar utilizando o mapeamento dele durante um teste e não consegui completar nem uma volta em Sepang“, revelou. “[A moto] virava sem controle e ele conseguia gerenciar tudo com o pulso, acho que é o único a ter esse recurso. O mapeamento de Stoner é uma coisa desumana“.
Por fim, Pirro foi questionado sobre o que achava da passagem de Jorge Lorenzo pela Ducati. O piloto de testes acredita que o problema do espanhol foi a pressão e o apego mental a certas questões que via de modo “muito particular”.
“O problema dele não foi se adaptar tarde, é que quando há tantas expectativas e pressões, você não trabalha de maneira calma“, opinou Pirro. “Jorge é um talento incrível, mas difícil de trabalhar, por bobagens ou por questões que via de modo muito particular. Depois de dar um passo à frente do ponto de vista mental e de se libertar da questão contratual [ao assinar com a Honda], voltou a ser competitivo e vencedor“, acredita. “Lorenzo estava acostumado com a Yamaha, que é uma moto que ajuda na desaceleração, enquanto que a Ducati você precisa frear forte, mas não pode fazer isso apenas com os braços. Eu o aconselhei a treinar também as pernas“, revela.