Enquanto a Ducati Superleggera V4 não chega, o piloto de testes oficial da marca, Alessandro Valia revelou mais detalhes picantes sobre a superbike mais badalada do momento.
Limitada a apenas 500 unidades, a Superleggera V4 é baseada na já impressionante Panigale V4R, só que com mais peças em fibra de carbono e titânio para atingir um peso total ainda mais leve: 159 kg a seco para empurrar 231 cv.
“A Superleggera V-twin anterior estava em um nível muito alto, então sempre seria difícil melhorá-la. Tínhamos que começar de novo com a plataforma V4 e queríamos criar algo com ainda mais desempenho e potência, mas também mais fácil de pilotar“, disse Valia, referindo-se à Superleggera 1299.
“Começamos a pensar em seu novo chassi de fibra de carbono, porque, embora o da Superleggera anterior fosse muito leve, era muito rígido“, compara. “Queríamos que isso mudasse, então primeiro trabalhamos no chassi principal para reduzir sua rigidez e adicionar flexibilidade dando um sabor diferente e tornando-o mais amigável“.
De acordo com Valia, esse aprendizado veio diretamente da MotoGP: “Tiramos muita experiência de lá e do WorldSBK. Reduzimos a rigidez torcional do quadro, o que nos proporcionou muitas melhorias em termos sensação ao piloto. É melhor nas ondulações e faz a moto virar mais fácil no meio das curvas“, assegura.
As lições aprendidas na MotoGP também delinearam as asas: “Testamos primeiro com simuladores de computador, depois no túnel de vento e finalmente na pista. As asas são as mesmas da Desmosedici GP16 de 2016, antes do regulamento se tornar mais restritivo“.
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O motor, embora o mesmo da Panigale V4R recebeu alguns ajustes: “reduzimos o peso de alguns componentes internos, mas a grande diferença foi o gerenciamento do motor“, revela. “Mudamos a filosofia nesta moto, bem como nos modelos 2020 da Panigale V4, V4S e Streetfighter V4, graças a um novo mapeamento com torque decrescente, por isso é mais fácil de gerenciar e amigável quando o motociclista pede potência“.
Valia conta que a maioria dos testes foram feitos no circuito de Mugello: “Geralmente, não faço mais do que cinco voltas ao mesmo tempo. Quando você anda muito, pode dizer rapidamente quando algo não está funcionando e pode sentir imediatamente quaisquer alterações“, revela. “Isso pode levar muito tempo, mas o resultado final é muito bom“.
Quando as equipes de MotoGP e WorldSBK testam juntas, Valia já experimentou todas as motos: “os tempos da volta são bastante próximos porque o motor não faz uma diferença tão grande“, garante. “Ando mais na superbike, não há tempo para a MotoGP, eles sempre dizem ‘talvez da próxima vez’ [risos]. “Não quero apenas dar uma ou duas voltas, mas um dia inteiro para me acostumar com pneus e freios“. Valia trabalha para a marca desde 2003. A primeira moto de rua que desenvolveu foi a Desmosedici RR de 2006.