Para o chefe da HRC, Shuhei Nakamoto, a principal vantagem da Honda sobre a Yamaha na temporada 2014 foi a maior durabilidade dos pneus, que propiciaram a Marc Márquez manter o ritmo forte até o final das corridas.
Márquez venceu 13 provas, batendo o antigo recorde de Mick Doohan que durava desde 1997. Para completar, seu companheiro de equipe, Dani Pedrosa, venceu também em Brno, na República Checa. Nakamoto explicou que a maior aderência em curvas da Yamaha foi uma característica que acabou jogando contra os rivais.
“Na velocidade em curva e no ponto de abertura do acelerador a Yamaha é claramente mais rápida do que nós. Mas o nosso ponto forte é a estabilidade na frenagem e contorno de curvas lentas. Uma área chave é que quando a aderência desaparece, nossa moto mantém mais facilmente o tempo da volta, porque não tem tanta velocidade em curva. Já a Yamaha perde um pouco nesta área, porque eles desgastam mais a borda do pneu. Na maior parte das corridas deste ano, Marc surpreendeu no final. Ele não gosta de estar trás e tenta ultrapassar, mas no início é impossível porque a velocidade da Yamaha é melhor do que da Honda. Marc parece estar desfrutando a espera, mas na verdade ele está aguardando os pneus da Yamaha se desgastarem.” (Shuhei Nakamoto)
As diferentes características de Honda e Yamaha já se tornaram uma espécie de “marca registrada” de ambas as marcas. Enquanto a montadora da asa alada sempre possuiu um estilo de pilotagem mais “reto”, apostando na potência do motor nas retas, a casa de Iwata sempre se notabilizou pela excelente ciclística, possibilitando ao piloto permanecer mais tempo inclinado, como em uma 250cc.
Após um verdadeiro massacre nas dez primeiras corridas do ano, a Yamaha reagiu na segunda metade de 2014, graças à um novo chassi e um novo escapamento, que reposicionados, melhoraram o desempenho. A expectativa é de que em 2015 a já lendária YZR-M1 volte a incomodar a RC213V.