O Noticias Motociclísticas elege os dez lançamentos mais marcantes de 2015. E não foram poucos. Tivemos ótimas novidades chegando no mercado nacional e internacional.
Embora o Brasil ainda continue recebendo alguns modelos com atraso, a situação já esteve bem pior. No Salão Duas Rodas, por exemplo, pudemos ver pela primeira vez a nova Yamaha R1, Kawasaki H2R e Ducati 1299 Panigale, as grandes revelações de 2014.
Nosso único critério foi eleger o que foi lançado esse ano mundialmente, não apenas no mercado brasileiro. É por isso que você não irá ver modelos como a Yamaha R3, lançada com pompa no Brasil em setembro, mas que já roda há mais de um ano na Europa e América do norte.
Enquanto isso, no Salão de Milão, vários outros novos modelos chegavam, alguns esperados a bastante tempo, outros que surgiram de forma completamente inesperada. É essa lista que você confere abaixo.
10º BMW G310R
Pouca gente levava fé nesse projeto quando anunciamos os flagra de um protótipo em janeiro desse ano. A BMW fazendo moto pequena? Parecia realmente difícil de acreditar, mas foi o que a turma alemã fez, apresentando em novembro a G310R, em parceria com a TVS Motors.
Ansiosa para expandir sua gama de produtos mesmo em um ano em que bateu recordes de vendas, a BMW Motorrad criou um inédito motor monocilíndrico de 313 cm³, o menor fabricado por eles desde 1948! O projeto foi inteiramente concebido na Alemanha, mas a montagem se dará na fábrica da TVS Motors em Bangalore, na Índia.
O visual dessa pequena naked é completamente atual e alinhado com a proposta urbana/esportiva de uma motocicleta “acessível”. Com a G310R, a BMW espera aumentar o volume de vendas em 50% globalmente e definitivamente conquistar o coração de todos, até dos menos abonados financeiramente.
9º Ducati Multistrada Enduro
Claudio Domenicalli, CEO da Ducati anunciou em setembro que a marca estaria entrando em novos mercados. E não estava brincado. Quando os modelos foram revelados em Milão, havia uma pequena Scrambler (de 400cc) uma custom (XDiavel) e a Multistrada Enduro, nada menos do que a sempre belíssima motard adaptada para rodar na terra.
Uma Ducati na terra, é isso mesmo, produção? Inspirada pelo sucesso no Rali Dakar durante a década de 80, a marca de Bolonha tratou de calçar a Multistrada em pneus borrachudos, reforçar a suspensão e equipar ainda mais o modelo, deixando-a com outra cara, mais robusta. É a moto mais radical a deixar a fábrica de Borgo Panigale.
O motor pouco mudou, mas a posição de pilotagem ficou mais ereta, graças à um guidão mais largo. O assento é mais estreito e as pedaleiras feitas de aço ao invés de alumínio como a Multistrada normal. O público alvo? Enfrentar a tradicional BMW R 1200 GS, é claro, mas com um toque italiano.
8º Honda CRF 1000L África Twin
Esse foi um dos lançamentos mais aguardados de 2015. Após intensa especulação, indícios e flagras a Honda – timidamente como é do seu feitio – confirmou que o icônico nome estava de volta, em um modelo inteiramente novo, com um motor de dois cilindros paralelos e 1000 cm³.
Alta, magra e com uma potência razoável para o estilo (94 cv) a nova África Twin chega com diversos predicados para colocar fogo no mercado das big trails já muito aquecido. Um deles é a transmissão de dupla embreagem (DCT) já disponível na VFR 1200F e NC750X.
A África Twin enfrentará BMW R 1200 GS, KTM 1190 Adventure, Ducati Multistrada e principalmente sua antiga rival, Yamaha Ténéré, que também retornou ao mercado há pouco tempo. Para nossa alegria, a Honda confirmou sua presença no Brasil em 2016.
7º Honda CB Twister
Novidade exclusiva para o Brasil, a CB Twister foi anunciada no Salão Duas Rodas em outubro causando surpresa geral. Porque a Honda estava deixando de produzir a ainda moderna CB300 para trazer de volta a Twister? Bem, apenas o nome é o mesmo. Chassi e motor são inteiramente novos e segundo a marca japonesa, especificamente pensados para o nosso mercado.
A Honda não quis apenas conter custos com a nova moto (a CB300 na Europa terá refrigeração líquida), também procurou sanar alguns defeitos crônicos que a antiga moto tinha, como a estranha tendência a apagar quando menos se esperava e sem motivo aparente.
Embora quatro cavalos menos potente que a CB300 (22,4cv a 7.500), já deu para perceber que moto ficou mais macia e gostosa de pilotar nos primeiros testes. Contudo, o design mais magro e contido não agradou a todos. Só o tempo dirá se a decisão foi acertada.
6º Yamaha MT-25/MT-03
Outro lançamento altamente investigado pelo Notícias Motociclísticas, a Yamaha MT-25 chegou ao mercado indonésio em junho e logo depois anunciada na Europa, em uma versão de capacidade cúbica levemente aumentada, tornando-se assim MT-03.
A motocicleta marca o renascimento da sigla, que já pertenceu à um modelo monocilíndrico de 660cc. Depois de alguns anos no limbo, a marca dos diapasões resolveu investir pesado na série MT (que se chama Master Of Torque), como suas principais esportivas urbanas.
Com um visual extremamente arrojado e moderno – como todas os modelos da série MT – a nova MT-03 já está confirmada no Brasil para 2016. A moto chega para enfrentar diretamente a Kawasaki Z300, a naked da popularíssima Ninjinha.
5º Ducati XDiavel
A Ducati impressionou mais uma vez ao divulgar a XDiavel, versão custom da Diavel, uma motocicleta que já tinha ares agressivos e estradeiros. Embora não seja um projeto inteiramente novo, a motocicleta é tão impressionante que foi eleita a motocicleta mais bela do Salão de Milão em 2015.
Pensada para conquistar o difícil mercado norte-americano, onde a Harley-Davidson nada de braçada, a XDiavel possui pedaleiras avançadas, sendo a primeira moto a sair de Borgo Panigale com essa característica.
Essa foi outra motocicleta constantemente espionada em fase de testes. O motor é o mesmo utilizado na Multistrada mais recente, ou seja com comando de válvulas variáveis (DVT), adaptado para não prejudicar o estilo. Basta olhar para a moto e constatar que a Ducati realmente fez um belo trabalho.
4º Honda RC213V-S
A versão de rua da superbike utilizada por Marc Márquez e Dani Pedrosa foi o lançamento mais badalado do ano. Depois de uma espera de 13 anos, finalmente o modelo se tornou realidade em 11 de junho, em uma discreta cerimônia em Barcelona, véspera do Grande Prêmio da Catalunha de MotoGP.
Tirando o preço (mais de 700 mil reais no câmbio atual, sem impostos) moto em si impressionou muito menos. A potência standard não passa dos 170 cv, pouco mais do que uma CBR Fireblade convencional. No restritivo mercado japonês, a superesportiva terá apenas 70 cv.
Mesmo com o acréscimo de um “kit de competição”, a cavalaria sobe “apenas” para cerca de 215 cv, pouca coisa a mais que uma Yamaha R1 e uma menos do que a Kawasaki H2R. Ficou um clima de decepção no ar. Mesmo assim, as encomendas se esgotaram rapidamente.
3º Yamaha MT-10
Essa pegou a todos de surpresa. A Yamaha já havia avisado que lançaria mais um modelo da série MT no Salão de Milão, mas ninguém poderia imaginar que se tratava de uma versão naked da YZF-R1! Agressiva, tanto no design quanto nas cores, a motocicleta deixou todos de queixo caído na Itália.
A MT-10 possui o mesmo motor de quatro cilindros em linha e 999 cm³ da R1 standard, ou seja, possuindo bielas de alumínio ao invés de titânio entre outros detalhes de menor custo. A posição de pilotagem é típica da série MT, ou seja, costas eretas e guidão largo, excelente para rodar pela cidade e pegar uma estradinha.
2º Suzuki GSX-R 1000
Sabíamos que a Suzuki planejava remoçar a linha GSX-R, que não via uma nova geração há dez anos. Evidências disso nunca faltaram. Entretanto, esperávamos que isso aconteceria em 2016. Ver a moto pronta e apresentada em Milão foi outra completa surpresa, uma das maiores do ano.
Praticamente fundadora do termo “superbike”, a GSX-R foi inteiramente revista, lapidando ainda mais sua aerodinâmica e dirigibilidade, que já eram excelentes. Porém o ponto que mais recebeu atenção dos japoneses foi a eletrônica, que agora está quase do mesmo nível que suas rivais diretas, Yamaha R1, BMW S1000RR, e Kawasaki ZX-10R.
Mais do que simplesmente lançar uma nova moto, a nova GSX-R marca definitivamente a recuperação da Suzuki da grave crise que atravessava desde 2008. Entretanto, apesar do lançamento, ela só deverá ser vista nas ruas no final de 2016, já como linha 2017.
1º Kawasaki ZX-10R
Uma das melhores superbikes da atualidade, a Kawasaki ZX-10R sentiu o baque causado pelas mais recentes Yamaha R1, Aprilia RSV4 e Ducati 1299 Panigale apresentadas em 2014. A moto recebeu até “fogo amigo”, graças à exposição que a H2/H2R causou ao longo de 2015.
A marca de Akashi, no entanto, já estava planejando uma renovação. Trabalhando em estreita colaboração com sua equipe de corridas no World Superbike (onde dominaram completamente a temporada), uma nova ZX-10R debutou em outubro, na Espanha com a presença dos campeões Jonathan Rea e Tom Sykes.
Tudo foi revisto, desde a aerodinâmica, geometria da suspensão, partes internas do motor e sistemas eletrônicos, que ficaram ainda mais avançados. Para completar, a Kawasaki ainda fez a gentileza de ceder uma unidade para ser apresentada em primeira mão ao publico brasileiro, no Salão Duas Rodas que acontecia simultaneamente. É por isso que ela fica com o nosso primeiro lugar de principal lançamento em 2015!