Ao comprar 86% da Dorna, a Liberty Media também está comprando outras categorias, como a Moto2, Moto3, MotoE, o recém inaugurado Mundial Feminino e o WorldSBK, que praticamente não foram mencionados no anúncio de compra. O que o futuro lhes reserva?
Inaugurado em 1988, o WorldSBK surgiu como uma versão mundial do campeonato britânico (BSB), com o objetivo de suprir uma lacuna que as 500cc não conseguiam: dar visibilidade às superbikes de produção, aquelas que podem ser adquiridas em qualquer concessionária.
De lá para cá, o WorldSBK passou por altos e baixos, mas adquiriu maior estabilidade quando foi comprado pela Dorna Sports (a mesma empresa que gerencia a MotoGP desde 1992) em 2015. Desde então, as duas ligas trabalharam em sinergia, uma suprindo as lacunas da outra, sem grandes interferências.
No entanto, a aquisição da Dorna pela Liberty Media, a mesma empresa que administra a Fórmula 1, anunciada na segunda-feira (1ª) pode estar zerando toda essa relação. Em suas redes, o WorldSBK compartilhou as mesmas mensagens bombásticas que a MotoGP compartilhou, revelando, mais uma vez a sinergia entre as partes.
Mas no primeiro grande discurso público da Liberty após o anúncio do acordo, a MotoGP foi a única série mencionada em detalhes. Greg Maffei, CEO da empresa, falou sobre como “contar histórias” é um foco crucial para melhorar o seu crescimento nos próximos anos. O Mundial Feminino, uma nova série que começará este ano, foi descrita como “uma maneira importante de atrair novos fãs”.
A Liberty também priorizará contar histórias no WorldSBK? Como o campeonato se encaixa na nova era continua sendo um mistério e o mesmo vale para os demais campeonatos. Mas uma coisa é certa: MotoGP e WorldSBK não sediarão etapas em conjunto, de acordo com Carmelo Ezpeleta, que ainda detém 14% dos campeonatos e segue como homem de frente, pelo menos por enquanto.
“É algo que é discutido há muito tempo e a realidade, sendo muito direto, desconheço o benefício“, disse Ezpeleta ao site Motorsport.com. “Isso tornaria a exposição à Superbike mais relevante, a MotoGP eu acho que teria pouco a fazer lá. Isso não faz muito sentido, porque você não vai atrair mais pessoas e precisa pagar pelas duas coisas, Superbike e MotoGP, por isso não faz muito sentido no momento.“
O fato é que tudo é possível na nova era que está começando. Lembrando que a Liberty Media, quando adquiriu a Fórmula 1, em 2016, também colocou o proprietário anterior, Bernie Ecclestone, em uma posição de chefia (assim como Ezpeleta agora), apenas para ser demitido um ano depois.