A lendária parceria entre a Honda Racing Corporation (HRC) e a Repsol vai acabar no final da temporada 2024 de MotoGP. A petrolífera espanhola anunciou hoje (8) oficialmente o fim depois de 30 anos.
As causas exatas da separação não foram ditas por ambas as partes, que preferiram dedicar elogios mútuos em seus respectivos anúncios. Mas a partir de 2027, os regulamentos da MotoGP exigirão combustíveis 100% livres de combustíveis fósseis (atualmente 40%). Especula-se também que eles irão se concentrar mais na Fórmula 1.
“A HRC e a Repsol desfrutaram de uma parceria que se tornou sinônimo de sucesso no mais alto nível. Indo além do patrocínio, tem sido uma verdadeira colaboração entre ambas as empresas, esforçando-se para continuar como referência no motociclismo de Grande Prêmio. A HRC deseja à Repsol tudo de melhor em seus futuros negócios e empreendimentos esportivos”, disse a Honda em seu comunicado.
“A Repsol não renovará seu atual contrato de patrocínio com a Honda Racing Corporation (HRC) para o Campeonato Mundial de MotoGP, que termina em 31 de dezembro deste ano”, disse a petrolífera. “A Repsol agradece o comprometimento e a dedicação da HRC durante todos esses anos em que trabalhamos juntos. A empresa multienergética continuará ligada ao automobilismo para continuar desenvolvendo produtos e serviços da mais alta qualidade.”
A Repsol iniciou a sua parceria com a Honda em 1995. Com o passar dos anos, a empresa espanhola passou a ter uma grande influência nas decisões da HRC a ponto de as duas partes trabalharem juntas em um centro tecnológico em Madri.
Eles conquistaram 15 títulos do Campeonato Mundial de Pilotos, 11 Campeonatos Mundiais de Equipes, 183 vitórias em corridas e 455 pódios. Fizeram campeões como Mick Doohan, Alex Crivillé, Valentino Rossi, Nicky Hayden, Casey Stoner e Marc Márquez, além de permitir vitórias a pilotos como Dani Pedrosa, Andrea Dovizioso e outros.
Sinônimo de poderio técnico nas pistas, as cores da Repsol também apareceram em modelos de rua da Honda, sempre com status cult. É o caso da CBR600RR Repsol em 2013 e da CBR1000RR Repsol em 2015, ambas pegando carona no sucesso de Marc Márquez.
Mas desde o início da década, a Repsol-Honda vive uma seca de vitórias sem precedentes. A última aconteceu no GP de San Marino de 2021 com Márquez. Talvez o golpe decisivo para o encerramento da parceria tenha sido a saída do espanhol, no fim do ano passado.
A expectativa agora é saber qual será o patrocinador substituto da HRC – se é que haverá um. Em uma análise recente, a multinacional japonesa é disparada a que mais vende motos no mundo. Eles já correram sem patrocínios no passado, como entre 1982 e 1984 e novamente em 1994.