Agora que os problemas financeiros da KTM são públicos, a próxima pergunta a ser respondida é: será que a marca austríaca vai permanecer na MotoGP nessas condições nos próximos anos?
Depois de meses de especulações, a Pierer Mobility AG, empresa que gerencia a marca KTM entrou com um pedido de insolvência na jurisdição suíça ontem (26). Segundo a imprensa alemã, a dívida líquida do grupo chega a 1,5 bilhão de euros.
A partir de agora, o grupo deve apresentar um plano de reestruturação dentro de 90 dias, ou seja, até 27 de fevereiro de 2025, que descreva de forma credível como será garantida a continuidade da existência da empresa e que medidas serão tomadas para o conseguir.
Geralmente quando uma empresa atravessa problemas financeiros e precisa se reestruturar, as primeiras medidas sempre são o corte de gastos considerados supérfulos, o que inclui a participação em corridas. Apenas no Mundial de Motociclismo, a KTM tem equipes oficiais na Moto3, Moto2 e MotoGP, sem mencionar a participação no Mundial de Motocross (MXGP) e Rali Raids como o Dakar.
“Fazemos parte da empresa“, disse o diretor da KTM Motorsport, o ex-piloto de motocross, Pit Beirer ao diário alemão Speedweek. “Se tivermos um problema juntos, o automobilismo tem que ajudar. É desnecessário dizer que estamos agora a lidar com os custos da forma mais eficiente possível e a tentar trazer orçamentos sensatos. É por isso que faremos a nossa parte.”
“Este é o momento de agradecer aos nossos patrocinadores e parceiros, estamos conversando de perto com eles sobre o que está acontecendo”, acrescentou Beirer. “Todos estão nos apoiando, é incrível. Isto é importante neste momento – estamos orgulhosos dos nossos parceiros e precisamos deles mais do que urgentemente para manter a estabilidade durante os próximos dois anos. Sem eles não funcionaria.”
“Já há algumas semanas que temos como lema que já não temos o dinheiro do “bom ter”, mas faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que o dinheiro do “must have” esteja disponível. Não haverá mais luxo na área e alguns quartos individuais se tornarão quartos duplos. Começamos onde não prejudica o piloto na pista“, antecipou o dirigente.
Há alguns anos, a KTM assinou um compromisso de permanecer na MotoGP até pelo menos 2026. Mas a Suzuki também assinou o mesmo documento e eles decidiram se retirar do campeonato ao término de 2022, mediante o pagamento de uma multa. Só na Categoria Rainha, os austríacos correm com quatro motos. Na Moto3, eles abastecem praticamente metade do grid.