A possível retirada da Suzuki da MotoGP ao final do ano pode ocasionar uma série de alterações como há muito não se via na Categoria Rainha. Fala-se que as vagas da equipe podem ser entregues à Leopard Racing e que o campeão de 2020 Joan Mir estaria a caminho da Honda.
Insatisfeito com o baixo investimento que tem sido feito, Mir já demonstrava vontade de sair desde o ano passado. Entretanto, o espanhol também ficou surpreso com a suposta decisão dos japoneses, pois já estava em negociações avançadas para permanecer em 2023.
“Ninguém esperava isso. A equipe falou com Joan no domingo e disse que as negociações comigo estavam indo bem… Tenho a impressão de que foi uma decisão de última hora da diretoria da Suzuki que foi comunicada à equipe sem dar tempo de reagir“, disse o empresário de Mir, Paco Sanchez.
“Se a notícia se confirmar, teremos que nos mudar, encontrar outra equipe, aquela que está disponível. Não estava no nosso plano trocar, embora as pessoas já nos tivessem colocado na Yamaha, na Honda, em muitos lugares, a prioridade de Joan sempre foi estar na Suzuki“, garante Sanchez.
Nos últimos meses o nome de Mir foi mencionado junto a Yamaha, em substituição a Franco Morbidelli e principalmente na Honda, onde ocuparia o lugar de Pol Espargaró, cujo contrato expira no final desse ano. A situação é ainda mais complicada para o menos cotado Alex Rins.
Em termos de equipes, a eventual saída da Suzuki deixa duas vagas vazias no grid de largada. Da Itália, a Sky Sport aponta para a chegada de uma estrutura satélite da Aprilia, o que já poderia ter acontecido esse ano, se a Gresini não tivesse escolhido juntar-se à Ducati.
Também se fala na ascensão da Leopard Racing à MotoGP. A equipe, que participa com sucesso da Moto3 e já chegou a ter time na Moto2 tentou assumir os lugares da Avintia no ano passado. Os slots, como são chamados, acabaram sendo herdados pela VR46, que colocou mais duas Ducati no grid.
Estruturas como a Aspar Team e Pons Racing também já flertam há algum tempo com a possibilidade de voltar à MotoGP, mas a taxa de participação de 12 milhões de euros exigidas por temporada não pode ser bancada por qualquer um. E o comunicado da Dorna hoje (3) sugere que a saída repentina da Suzuki não vai sair barato.
Porque primeiro a Suzuki tem que dissolver oficialmente o contrato e até que um tribunal decida se a marca japonesa sairá inofensiva, nenhuma nova equipe poderá se preparar para a temporada 2023. “Se a Suzuki desistir após um acordo de ambos os lados, a Dorna decidirá o número ideal de pilotos e equipes a partir do início da temporada de 2023”, disseram no comunicado de hoje.