Na semana passada, a KTM apresentou um relatório sobre o primeiro semestre de 2025 onde afirmava ter vendido mais de 100.000 motocicletas, isso no meio de um processo de insolvência. Agora, os austríacos forneceram números (um pouco) mais claros.
O relatório anterior afirmava que “mais de 100.000 motocicletas” haviam sido vendidas a consumidores no primeiro semestre de 2025, além de metade desse número para concessionárias. Outros indicadores, no entanto, afirmavam que as vendas caíram quase pela metade durante os problemas que cercaram a empresa em dificuldades financeiras.
A KTM ainda não disse a origem desse número (de 100.000 unidades), mas afirma que “concessionárias relataram números de vendas encorajadores para clientes finais”. Isso se refere a motocicletas novas que já estavam no estoque das concessionárias (muitas comercializadas com descontos) e não vendas no atacado da fabricante para as lojas, como normalmente é o caso.
Por sua vez, o Pierer Mobility Group, empresa que gerencia a marca KTM, afirma que 50.334 motocicletas foram vendidas para concessionárias, importadores e comerciantes no primeiro semestre de 2025. Um número obviamente muito menor (56%) do que as 115.145 vendidas no primeiro semestre do ano passado.
Eles mencionam, de uma forma separada, que 34.950 motocicletas (32.351 em 2024) foram comercializadas por meio do “parceiro estratégico Bajaj Auto”. Não há menção sobre onde essas motos foram vendidas, mas é provável que tenham sido (quase) inteiramente no mercado indiano, que está em ascensão, ao contrário do europeu.
O grupo Pierer Mobility (que também gerencia as marcas Husqvarna e GasGas) vendeu um total de 85.284 motocicletas (ano anterior: 147.496 unidades), uma queda de 42% nas vendas no atacado em comparação com o primeiro semestre de 2024, que já havia visto um recuo em relação à 2023.
Tudo isso naturalmente se refletiu no faturamento do fabricante austríaco, que caiu 57,8%, para € 425 milhões de euros. 46,5% desse faturamento foi gerado na Europa, 32,4% na América do Norte e 21,1% em outros mercados.
A partir dessa semana, novas motocicletas devem sair da linha de montagem na Áustria. Os detalhes legais da aquisição pela empresa indiana Bajaj Auto ainda estão sendo definidos. Os indianos, que já detinham 49,9% das ações por meio de uma estrutura em camadas, forneceram a quantia necessária para os credores, embora isso tenha sido chamado de “empréstimo”.
Embora a KTM nunca pudesse pagar sozinha a quantia estipulada (e procurou outros investidores, sem sucesso), estão em andamento as considerações legais para determinar como esse “empréstimo” pode ser convertido em ações, de modo que a Bajaj Auto se torne efetivamente proprietária da KTM, Husqvarna e GasGas.