A Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores) divulgou que o número de emplacamentos de motocicletas em 2021 cresceu 26,4% em relação a 2020.
Foram 1.157.369 motocicletas emplacadas nos 12 meses do ano passado, ao passo que em 2020 – um ano marcado por diversos atrasos e interrupções – haviam sido apenas 915.473 modelos a ganharem as ruas. A participação do setor de duas rodas no cômputo geral também aumentou de 2,8% para 3,6%.
Uma comparação mais justa, no entanto, precisa ser feita com 2019, o último antes do aparecimento do coronavírus. Naquele ano foram emplacadas 1.077.537 motocicletas, o que significa que 2021 apresentou uma melhora real de 7,4%. A participação das duas rodas no cômputo geral também era inferior, 2,5%.
No quesito participação de mercado por marcas, a Honda, como sempre, continua imperando, com 76,2% de todas as vendas. No entanto, tem se observado um pequeno declínio nos últimos anos, com a Yamaha a mais próxima, com 17,4%. Das outras, apenas Shineray (1,1%) e BMW (1%) tem algum destaque. O resto tem menos de 1%.
O modelo mais vendido, como sempre, foi a linha CG160: 315.141 unidades entre suas diferentes versões, bem à frente da segunda colocada, a Biz (159.538), NXR 160 Bros (128.288) e Pop 110 (105.899). Essas são as únicas motocicletas a superarem os três dígitos de todos os modelos vendidos no país.
Até aí nenhuma novidade mas, sim, houveram boas surpresas. No segmento custom, por exemplo, a Royal Enfield tomou conta de três das quatro primeiras posições, com seus modelos Meteor 350, Interceptor e Continental GT 650. Apenas a Kawasaki Vulcan S se intrometeu entre elas, em 3º. As Harley-Davidson, que sempre dominaram o estilo, ficaram para trás e a primeira delas, a Fat Boy, só aparece em quinto.
Entre as maxitrail, a mais cara de todas, BMW R1250GS continua a ser a mais vendida, com o impressionante número de 4.593 unidades emplacadas em 2021, à frente de Triumph Tiger 900 (3.537) e da acessível Honda CB500X (3.245). Nesse segmento, a Royal Enfield Himalayan também surpreendeu, assumindo a quinta posição (2.034), à frente de nomes consagrados como NC750X (2.000) e Kawasaki Versys (970).
Mas a parte interessante a gente observa nos números dos segmentos. De longe, os que mais vendem no Brasil são o City, Scooter e Trail, os únicos com participação de mercado acima dos 20%. Todos os outros não chegam a 3%, indicando que a esmagadora maioria do público nacional utiliza motocicletas para fins de transporte/trabalho e não diversão/recreação.
Outro detalhe curioso é que, apesar na alta de vendas em relação à 2020, quase todos os segmentos apresentaram queda em comparação à 2020, com exceção de dois: Trail/Fun e Naked/Roadster. Podemos dizer que crescimento observado no ano passado aconteceu de forma desigual e específica.
Para o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, o mercado de duas rodas continua a aquecido, com menos tempo de espera, mas o crédito apresentou piora no índice de aprovações. Em dezembro, apenas 35% das propostas eram aprovadas, contra 48% em novembro.