Desde o renascimento da MV Agusta sob nova direção, há cinco anos, a esportiva F4 deixou de ser oferecida devido às últimas leis de emissões. Mas o CEO da marca, Timur Sardarov garante que eles não se esqueceram dela.
Em entrevista ao MCN, Sardarov se mostrou ciente e compreensivo com os apelos dos fãs para que a MV Agusta F4 volte. O russo, entretanto, destacou o peso da responsabilidade, dizendo que a próxima geração não pode vir apenas para fazer figuração. Tem que ser algo revolucionário.
“A F4 era muito única quando foi lançado. Queremos ter essa singularidade olhando cinco anos à frente, e isso não é muito fácil”, disse Sardarov ao MCN. “Você precisa projetar algo tecnologicamente superior – não apenas com o que está disponível agora, mas para o que estará disponível em cinco anos. Ainda estamos na fase de design e há diferentes ideias técnicas que estamos analisando”, acrescentou.
A primeira F4 750 foi uma obra-prima do final dos anos 1990, escrita pelo icônico designer Massimo Tamburini, o Pinifarina das duas rodas. Em seguida, subiu em deslocamento para uma modelo 1 de litro em 2004 e funcionou até o advento do Euro5, com vários graus de potência, brilho e raridade.
“Está em discussão o que a F4 deveria ser, porque quando a F4 apareceu foi o renascimento das motos esportivas. Todo mundo queria ter uma superbike no passado“, explicou. “Agora o cliente é diferente, a inspiração é diferente e o que a F4 deveria ser não é apenas uma moto esportiva, mas algo que as pessoas verão e dirão ‘uau, é exatamente isso que eu quero’”.
Além de decidir para onde levar o design, a MV Agusta ainda está avaliando o que fazer em termos de mecânica, pois a nova F4 precisa ser – obrigatoriamente – superior às concorrentes para os padrões da marca, o que é muito custoso e para um nicho de mercado muito restrito.
“O desenvolvimento – vamos supor um F4 de quatro cilindros de alto desempenho – tem que ficar acima dos concorrentes. Esse é um investimento muito caro. O mercado para essas motos é pequeno porque a hipotética nova F4 custará o dobro de qualquer concorrente próximo. E para nós precisa superá-los também. Precisa ter eletrônica, propulsão, engrenagem e todo o sentimento e emoções que o justificarão“, disse Sardarov.
Sardarov não deu uma noção de quando veremos a nova MV Agusta F4, mas se pensarmos nos termos ditos, cinco anos, a superbike só pode aparecer nas concessionárias em 2027. Por enquanto, eles estão se concentrando nos segmentos mais lucrativos do momento, o das big trails e adventures, com os modelos Lucky Explorer 5.5 e 9.5.