Esta é a Kawasaki ZX-10R modelo 2016. A aguardada nova geração da superbike foi revelada hoje (8) em um lançamento mundial, que trouxe inclusive uma unidade ao Salão Duas Rodas. Apesar de ser visualmente semelhante ao modelo atual, traz mudanças em todas as áreas.
Rumores sobre a nova geração da ZX-10R começaram a surgir em julho, revelados por Guim Roda, chefe da equipe verde no World Superbike. Os boatos ganharam força em agosto e setembro, quando até um teaser enigmático foi revelado.
Essa é a primeira grande atualização na ZX-10R desde 2011. A Kawasaki fez um grande esforço para recolocar sua superesportiva em condições de igualdade às rivais Yamaha YZF-R1, BMW S1000RR e Ducati 1299 Panigale, de concepção mais recente.
A marca verde também trabalhou para deixar a ZX-10R em conformidade com as novas regras do World Superbike, campeonato que dominou completamente em 2015 com o britânico Jonathan Rea. Seu companheiro de equipe, Tom Sykes foi o principal responsável pelo desenvolvimento da nova geração.
Motor – Começando pelo motor, o objetivo da Kawasaki foi melhorar o principal “calcanhar de aquiles” de seu quatro cilindros em linha: a falta de torque em baixos e médios regimes, principalmente em saída das curvas. Para isso, eles desenvolveram um novo cabeçote e virabrequim, 20% mais leves, que reduzem a inércia e gira muito mais rápido.
As portas de admissão do novo cabeçote também são mais retas e largas (além de polidas), para permitir que um maior volume da mistura ar/combustível flua mais facilmente para dentro da câmara de combustão, contribuindo para a criação de mais potência. As válvulas de admissão e de escape também tem maior diâmetro e são agora feitas de titânio para reduzir a massa.
Os pistões são mais curtos e mais leves enquanto as paredes do cilindro são mais grossas O sistema de refrigeração foi melhorado por empresas especializadas em corridas. A entrada de ar e o filtro estão maiores e movidos mais à frente, permitindo que o motor “respire” melhor, e seja capaz de gerar 207 cv à 13.000 rpm com um torque de 11,61 kgf.m.
Sistema de exaustão – A Kawasaki fez um grande esforço para aliviar o peso do escapamento. Coletores e ponteira agora são de titânio, idênticos em tamanho ao que a moto utiliza nas pistas. Há agora três catalisadores, para que a superbike possa passar pelas rigorosas leis ambientais da União Europeia. Contudo, a marca garante que a partir de agora os pilotos de track day só precisarão trocar uma parte do escape para que a moto atinja 100% de sua capacidade
Chassi – As mudanças no chassi não foram tão extensas quanto às do motor, mantendo a mesma construção em dupla trave de alumínio. Entretanto, com o cabeçote montado 7,5 milímetros mais perto do piloto, há mais peso sobre a roda dianteira, ajudando na estabilidade nessa área. O braço oscilante é 5,8 milímetros mais longo, para aumentar a tração.
Eletrônica – Agora, a ZX-10 recebeu os mais modernos sistemas de controle, todos baseados na ECU de última geração da Bosch, chamada de Unidade de Medição Inercial (ou Bosch Inertial Measurement Unit, IMU), que que opera através de cinco eixos de medição além de um programa que permite o cálculo do que está acontecendo em termos de ângulo de inclinação, aceleração, frenagem, entre outros.
É uma verdadeira “sopa de letrinhas” decorar todas as abreviações dos sistemas eletrônicos agora presentes na ZX-10R: controle de tração (S-KTRC), controle de largada (KLCM), freios anti-bloqueio (KIBS), Quick Shifter (KQS), além de um controle para o freio-motor (KEBC). A moto também tem amortecedor de direção eletrônico da Öhlins e novos modos de pilotagem.
Suspensão – A nova suspensão dianteira foi desenvolvida em conjunto pela equipe oficial do World Superbike e a Showa, com seu “garfo de balanço livre” fazendo a estreia na ZX-10R de rua. Os 43 milímetros, de cada bengala são independentemente ajustáveis para compressão e amortecimento, com ambas possuindo um reservatório de gás nitrogênio, o que mantém a pressão mais constante.
Freios – Os cálipers dianteiros agora são Brembo M50, o que há de melhor no ramo, com pinças do tipo monobloco em alumínio. Os discos tem 330 mm de diâmetro, com aerokip de série e ranhuras em torno da borda exterior, para aumentar a sua área superficial e, portanto, de arrefecimento. Na traseira, disco único de 220 mm, por uma única pinça de um pistão. Esqueça o formato “pétala” ou “margarida”. Todos são perfeitamente redondos como antigamente.
Nova carenagem – A parte de cima da carenagem ficou maior à pedido da própria equipe do World Superbike, melhorando a estabilidade em alta velocidade e fluxo aerodinâmico. O aumento da proteção contra o vento ajuda os pilotos a mudar de posição mais facilmente, ajudando também sob frenagem, porque o ar é menos turbulento.
O pára-brisas é agora totalmente apoiado pela carenagem e não deve vibrar tanto em alta velocidade. Novas (e pequenas) passagens de ar ao lado da bolha reduzem a pressão negativa na cabine, estabilizando o fluxo de ar e reduzindo aquele efeito de “esbofetear” o capacete. O design do para-lamas dianteiro canaliza o ar para o radiador melhorando a refrigeração.
Kawasaki ZX-10R (2016) – Ficha Técnica
Motor: quadro cilindros em linha, DOHC, 998cc, 16 válvulas e refrigeração líquida
Diâmetro x curso: 76,0 x 55,0 milímetros
Taxa de compressão: 13.0: 1
Potência estimada: 207 cv a 13.000 rpm (com indução de ar)
Torque: 11,61 kgf.m a 11.500 rpm
Quadro: dupla trave em alumínio fundido
Pneu dianteiro: 120 / 70ZR17M / C (58W)
Pneu traseiro: 190 / 55ZR17M / C (75W)
Suspensão dianteira: invertida de 43 mm. Garfos com câmara de gás externa, ajustável em compressão, amortecimento e pré carga das molas
Suspensão traseira: Horizontal ajustável na pré-carga e retornom com gás BFRC lite
Freios dianteiros: semi–flutuante de 330 milímetros discos, pinças radiais Brembo M50 com calipers monobloco duplos em cada lado
Freios traseiros: disco único de 220 milímetros, pistão de alumínio único
Distância entre eixos: 1.440 milímetros
Altura do assento: 835 milímetros
Peso: 206 kg de massa (com ABS)
Capacidade do tanque de combustível: 17litres
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