No final do ano passado, o Grupo Mahindra anunciou o retorno da lendária marca britânica BSA com uma motocicleta inteiramente nova, a Gold Star 650, mas ficaram faltando informar maiores detalhes técnicos.
A nova BSA Gold Star 650 está programada para chegar aos consumidores em 2021 com produção no Reino Unido, embora seja apenas uma montagem final de kits fornecidos da Índia. O público britânico também deve ser o primeiro a vê-la nas concessionárias. Quanto ao resto do mundo, a incógnita permanece.
Seguindo a receita conservadora da Royal Enfield (com quem deve concorrer), a BSA Gold Star 650 conta com um motor monocilíndrico de 652 cm³ com refrigeração líquida e dupla ignição, capaz de desenvolver 45 cv a 6.000 rpm e 5,6 kgf.m de torque a 4.500 rpm.
Com isso, a Gold Star 650 se encaixa perfeitamente na categoria de condução A2 europeia (para motos até 49 cv) e não está longe em termos de desempenho de suas principais concorrentes, as gêmeas Royal Enfield Inteceptor e Continental GT 650, que possuem um motor de dois cilindros em linha de 48 cv.
O design clássico fica pendurado em uma estrutura tubular do tipo berço duplo de aço, o mesmo material do braço oscilante. A suspensão dianteira é composta por garfos telescópicos convencionais e o sistema de freios conta com apenas um disco. Detalhe interessante: a pinça é Brembo.
Na parte de trás, a Gold Star 650 conta com amortecedores duplos, um de cada lado e também um freio a disco. As rodas, cada uma com 36 raios, utilizam pneus Pirelli Phantom Sportcomp nas dimensões 100/70-18 na dianteira e 150/70-17 na traseira. O ABS é de série (na verdade obrigatório).
Pronta para andar, com todos os fluídos necessários, a Gold Star 650 pesa razoáveis 213 quilos. Cabem 12 litros no tanque de combustível e sua autonomia pode chegar – em teoria – até 357 quilômetros. As cores disponíveis serão o vermelho (Farben Rot), prata (Dawn Silver) e verde (Highland Green).
Você pode dizer que trata-se apenas de uma moto indiana com apliques BSA, mas a Gold Star tem sim alguma personalidade. Cilindros únicos com refrigeração líquida eram e são raros. Desde a década de 1990 até o início do novo milênio, essas construções foram frequentemente instaladas em máquinas de enduro.
Representantes de destaque são a Aprilia Pegaso, BMW G650GS e, a mais conhecida de todas aqui no Brasil, Yamaha XT660 Ténéré. Se você olhar os dados técnicos e fotos, descobrirá muito em comum entre o motor da BSA e os antigos propulsores Rotax, como mesma cilindrada, dupla ignição e design da carcaça, com o cilindro quase vertical.
Em novembro de 2020, Anand Mahindra, bilionário indiano e presidente do Mahindra Group disse que a BSA começará com motores de combustão, mas depois mudará para acionamentos elétricos. Ele começarão em breve a construção de uma instalação de P&D em Banbury, onde a equipe Mahindra Racing já está sediada.