A Harley-Davidson divulgou ontem (26) o balanço trimestral de suas receitas e resultado é preocupante. A marca de Milwaukee fechou o primeiro trimestre de 2018 em queda nos Estados Unidos e em alguns setores do exterior. Mais do que isso, o mercado norte-americano vem sofrendo uma retração nos últimos anos.
De acordo com os resultados, as vendas retrocederam -12% no mercado interno e -7,2% no externo nos três primeiros meses do ano. Isso se refletiu em um lucro líquido de US$ 174,8 milhões ante os US$ 186,4 milhões de 2017, uma queda de 6,2% (US$ 1,50 bilhão em receita).
Assim como já havia acontecido em 2017, as vendas na América Latina (7%), Europa, Oriente Médio e África (6,8%) continuaram no verde e salvando a empresa. Entretanto, o mercado asiático, que havia tido alta no ano passado, registrou queda de -7,8%. No total as vendas internacionais ficaram praticamente estagnadas (0,2%).
O cenário liga definitivamente o sinal de alerta na Harley-Davidson, que já havia fechado o ano de 2016 e 2017 no vermelho. Contudo, a montadora não está sozinha nessa situação. Segundo uma análise do Asphalt and Rubber, todo o mercado norte-americano está em queda, o que coloca o desempenho da marca sob uma nova perspectiva.
De acordo com os norte-americanos, foi reportado um declínio de 11,1% nas vendas dos segmentos acima de 600cc. Cerca de metade de todas as vendas de motocicletas nos Estados Unidos são acima dessa cilindrada, assim como todas as opções da Harley-Davidson. Ontem (26), por exemplo, a Indian publicou o seu relatório, com vendas estacionadas.
Não que isso seja uma completa novidade, para a Harley-Davidson, que tem se apoiado nas vendas do exterior para compensar a situação. No entanto, essa é a primeira vez que os gráficos mostram declínio no mercado externo. Podem ter pesado nos resultados as polêmicas envolvendo Donald Trump e que foram resolvidas tardiamente.
Enquanto o mercado norte-americano ainda luta para se recuperar, a Harley-Davidson parece ciente da situação e do que precisa fazer. A marca já anunciou medidas drásticas, como o fechamento da planta em Kansas City e o lançamento de 100 novos modelos nos próximos dez anos, inclusive um elétrico antes de 2020.