A Norton realmente atravessa graves problemas financeiros. A lendária fabricante britânica foi colocada sob administração devido a dívidas acumuladas nos últimos anos.
Os primeiros sinais de que a Norton tinha problemas financeiros surgiram no final do ano passado, quando a empresa pediu ajuda de fãs e clientes através uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding). A quantia necessária foi conseguida através de um único investidor anônimo.
No início do ano, a fabricante de Donington voltou aos noticiários por alegadamente estar devendo cerca de £ 300.000 (mais de R$ 1,6 milhão) à Receita Federal Britânica. Uma nova audiência será realizada até 12 de fevereiro. Além disso, o piloto John McGuinness veio a público dizer que seu salário, enquanto piloto da Norton, não havia sido pago.
Segundo o Motorcycle News, que está acompanhando o caso de perto, a Norton estará com suas portas fechadas, enquanto o governo britânico decide qual o melhor curso de ação a seguir – principalmente para os credores da empresa e para o contribuinte do estado.
Os problemas financeiros da Norton remontam ao ano de 2012, quando questões de fluxo de caixa quase afundaram a empresa apenas quatro anos depois que o empresário Stuart Garner comprou os direitos da propriedade da marca.
Eles afirmam que o investimento necessário para desenvolver e fabricar as exclusivíssimas superbikes Norton V4 RR e V4 SS (apresentadas em 2016) colaboraram para drenar as finanças, já que as motocicletas se esgotaram rapidamente e a empresa não tinha fluxo de caixa para dar conta das encomendas.
Além disso, a Norton continuou anunciando a criação de novos modelos, como as scrambler Atlas Nomad e Ranger (anunciadas em 2017) e mais de 1.000 metros quadrados de extensão da fábrica. Apesar de algumas motos estarem disponíveis para testes com clientes nas últimas semanas, ambas iniciativas não foram concluídas.
Fundada em 1898 por James Lansdowne Norton, a primeira motocicleta apareceu em 1902 vencendo sua primeira corrida na Ilha de Man TT em 1907. Apesar de ter sobrevivido a duas guerras mundiais (com quase 100.000 motos fabricadas para o esforço de guerra), os principais acionistas começaram a deixar a empresa em 1953, que nos anos seguintes passou a ser apenas um braço do grupo BSA-Triumph.
No final de 2008, Stuart Garner, um empresário do Reino Unido, comprou os direitos do nome Norton que estavam nas mãos de Kenny Dreer, um empresário norte-americano. Nos primeiros anos após o renascimento, a marca concentrou-se apenas em oferecer diferentes versões do modelo retrô 961 Commando.