O vice-presidente da HRC, Shuhei Nakamoto falou sobre os problemas enfrentados pela Honda na temporada 2015 de MotoGP. O japonês acha que a maior dificuldade foi o motor da RC213V potente demais: “era muito agressivo”, admitiu.
Nakamoto contou que os pilotos, Marc Márquez e Dani Pedrosa não se sentiram bem com a moto desde o primeiro teste, em Valência 2014. Entretanto, o bom ritmo apresentado nos testes de Sepang, quatro meses mais tarde tranquilizou a equipe, o que o japonês avalia agora como um erro.
“Este ano não foi tão bom quanto o esperado, para nós. O principal problema foi a característica do motor. Já no teste de Valência no ano passado, Marc e Dani não estavam felizes com ele. Tentamos coisas diferentes, a fim de trazer um motor melhor para o teste de Sepang durante o inverno. Na Malásia, o ritmo de Marc e Dani foi bom, então ficamos satisfeitos. Esse foi o nosso maior erro.” (Shuhei Nakamoto)
O japonês explicou que as altas temperaturas de Sepang fizeram o motor render um pouco menos do que o normal, por isso a Honda minimizou os problemas. Porém, quando chegaram à primeira etapa no Catar, foram pegos de surpresa.
“Em Sepang com altas temperaturas e alta umidade resultou que cada motor teve alguma perda em termos de potência. Portanto, não pareciam ser tão agressivos. Nós ainda não havíamos testado essa especificação em condições normais. Portanto, quando chegamos no Catar, a sensação demasiadamente agressiva voltou. Depois, nós mudamos o escapamento, o sistema eletrônico e Marc voltou ao chassis de 2014. O motor deste ano não era ‘gentil’ o suficiente. Portanto não só Dani e Marc, mas também Cal (Crutchlow) e Scott (Redding) tiveram problemas para serem rápidos.”
No último teste coletivo da temporada, realizado na semana passada em Valência, Márquez e Pedrosa já utilizaram o protótipo de 2016. Apesar de ainda terem dificuldades, o bicampeão marcou a melhor volta com o novo modelo, 1min31s060, já com pneus Michelin e centralina (ECU) padronizada.