Em 2018, a KTM ultrapassou a Harley-Davidson e a BMW Motorrad em número de vendas, o que a torna a maior marca de motocicletas não asiática do mundo. E eles querem mais, muito mais para os próximos anos.
De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a marca de Mattighofen vendeu 261.000 motocicletas em 2018, cerca de 35 mil a mais que a Harley-Davidson e bem mais do que as 165.566 unidades de sua grande rival, BMW Motorrad. Enquanto isso, Ducati e Triumph comercializaram apenas 53.000 e 61.500, respectivamente.
É claro que são números que ainda não chegam nem perto das 20 milhões de unidades vendidas anualmente pela Honda ou das 5,4 milhões da Yamaha, além de ainda estarem atrás da Harley em termos de lucro bruto, porque seus produtos são mais caros. Mas demonstra a incrível expansão da KTM, que em 1992 vendia apenas 7.000 motos.
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Esses números quadruplicaram em um quarto de século graças a Stefan Pierer, CEO da KTM que assumiu a marca perto da insolvência naquela mesma época. Foi ele quem tomou a decisão de ingressar no mercado de motos de rua, além de estabelecer uma parceria pioneira com os indianos da Bajaj Auto em 2007 e de comprar a Husqvarna da BMW em 2013.
Hoje, KTM e Husqvarna compartilham a mesma base mecânica, o que facilitou o processo produtivo e aumentou o número de vendas. “As duas marcas são rivais na pista e quando se trata de vendas. Em todo o resto, eles são parte da família“, garante Pierer. Enquanto isso, a linha de montagem maciça da Bajaj Auto permite que mais motos cheguem a mercados até então inéditos, como na Ásia.
E os planos são ainda mais ambiciosos para os próximos anos. Pierer diz que novos projetos e um foco maior no continente asiático os ajudarão a atingir vendas anuais de 400 mil unidades até 2022, o que colocaria KTM bem próxima da terceira colocada mundial, a Kawasaki Heavy Industries.
Os desafios, no entanto são grandes. De acordo com os analistas do Bloomberg, o mercado europeu está estagnado desde 2010 em cerca de 1 milhão de motocicletas por ano. E as novas normas mais rigorosas sobre emissões de gases e ruídos ameaçam abatê-las ainda mais, o que pode afetar uma marca com apelo esportivo, como a KTM.
“Tornar motos mais limpas e silenciosas custa muito dinheiro, assim como o desenvolvimento de motores elétricos“, diz Jürgen Pieper, analista do Bankhaus Metzler em Frankfurt. “Uma marca como a KTM, conhecida por esportes e corridas, pode ter dificuldades em manter sua imagem enquanto adota tecnologias mais amigáveis ao meio ambiente“, aponta.
Pierer, no entanto já tem uma projeto para isso: ao lado da Bajaj Auto, a KTM pretende colocar no mercado o primeiro modelo elétrico de sua história tendo como foco o continente asiático. Se os resultados forem bons, não duvide de que estarão na Europa logo depois também. Quem pode segurar a KTM?