Devido à crise financeira que atravessa, a MV Agusta estaria considerando recomprar os 20% de ações que pertencem à AMG, braço esportivo da Mercedes-Benz. Os alemães, por outro lado pensam em adquirir 100% da marca.
A possibilidade foi publicada pelo site norte-americano Asphalt And Rubber, que por sua vez citou um jornal italiano, o Il Giorno. Eles afirmam que o CEO, Giovanni Castiglioni estaria negociando “uma recompra de ações” para saldar as dívidas da marca, que agora totaliza mais de € 40 milhões.
A estratégia, no entanto, não é tão simples quanto parece. Para assegurar os empréstimos, Castiglioni teria assinado um termo que assegurava o envolvimento da AMG. O contrato de investimento prevê que, se os alemães não forem donos de 20% ou mais da MV Agusta, a soma emprestada deve ser devolvida imediatamente.
Dessa forma, se Castiglioni quiser recuperar todas as ações, primeiro precisaria achar investidores dispostos a cobrir os € 15 milhões do valor do empréstimo. Contudo, para complicar ainda mais, rumores vindos da Itália e Alemanha apontam que a AMG não estaria disposta a vender sua participação.
Na verdade, eles estariam até pensando em fazer o contrário, comprar a posição de Castiglioni e ter 100% de controle sobre a MV Agusta, de uma forma semelhante ao que a Audi exerce atualmente sobre a Ducati. A possibilidade, no entanto, é totalmente rechaçada pelo dirigente italiano.
Encolher para sobreviver
A MV Agusta deve reduzir massivamente suas operações comerciais, a fim de retomar seu crescimento rentável. Isso significa que seu volume de produção deve encolher de 9000 unidades anuais para cerca de 6000 ou 7000 motocicletas produzidas. Os gastos em pesquisa e desenvolvimento também devem ser drasticamente reduzidos, de € 15 milhões para € 7 milhões.
O orçamento esportivo é outro setor seriamente afetado, caindo de € 4 milhões para apenas € 600.000. Na verdade, isso significa praticamente a interrupção das atividades nas pistas, mas ainda existe a esperança de que o montante necessário seja coberto com a chegada de algum patrocinador.
Como não poderia deixar de ser, a MV Agusta também será forçada a reduzir o número de funcionários. O A&R acredita que apenas 200 deles permanecerão trabalhando, o que já está mobilizando os sindicatos trabalhistas na Itália.
De qualquer forma, Castiglioni está comprometido em salvar a empresa: “estamos interessados na qualidade das vendas para ter dinheiro imediato e ter liquidez. Queremos voltar a ser a Ferrari das motocicletas” assegurou o dirigente.