A MV Agusta, mais uma vez, está na capa dos jornais italianos. Segundo a “Guardia di Finanza”, a tradicional montadora de Varese teria usado irregularmente fundos de previdência social de seus funcionários para pagar contas atrasadas.
A Guardia di Finanza é um setor da polícia militar italiana responsável pelo combate à criminalidade financeira e ao contrabando. Na Itália, as empresas são obrigadas a pagar pensões de previdência social à seus funcionários através do INPS (o equivalente ao nosso INSS).
De acordo com as investigações da Guardia di Finanza noticiadas pelo jornal Varese News, a MV Agusta não teria pago essas pensões entre 2013 e 2015, apesar de ter retido o pagamento de seus salários no mesmo período. A montadora estaria usando esse fundo como uma espécie de “linha de crédito rotativa” para oxigenar as finanças no vermelho.
Especula-se que o objetivo era pagar fornecedores atrasados, que não mais cediam peças a crédito à MV Agusta. O valor acumulado chega a 13 milhões de euros e embora parte já tenha sido reembolsada, o procurador adjunto, Luca Petrucci, afirma que eles ainda tem um saldo de cerca de 7 milhões de euros para reembolsar às contas do INPS.
As acusações motivaram a MV Agusta a publicar uma nota na qual afirma que sempre cumpriu com a legislação tributária e que paga corretamente o fundo de pensão. Mas, segundo o site norte-americano Asphalt And Rubber, o próprio CEO, Giovanni Castiglioni está sendo investigado pelo fisco italiano. Em julho passado, as autoridades confiscaram duas Ferrari de sua propriedade, avaliadas em 180 mil euros.
Enquanto isso, rumores na Itália sugerem que os esforços de Castilioni para substituir a AMG como parceira de negócios não estão dando certo justamente pelo avalanche de notícias negativas, desestimulando novos investidores. A dívida com os fornecedores chegaria a € 50 milhões e deve ser renegociada nos tribunais.