A MV Agusta surpreendeu hoje (25) ao anunciar que pretende disponibilizar modelos entre 350cc e 500cc no mercado chinês nos próximos anos. A produção será feita em parceria com a Loncin Motor Company.
Com sede em Chongqing, na China, a Loncin (originalmente chamada Longxin Motorcycle Industry) produz motocicletas, veículos todo terreno (ATVs), peças e componentes. Como toda empresa asiática, o que mais impressiona é sua capacidade produtiva, que pode ultrapassar as 2.500.000 unidades por ano.
Se você está achando esse nome familiar, não estranhe. É o mesmo grupo que na década passada trouxe modelos custom chineses com o nome de Amazonas (aquela mesma dos anos 70) no mercado brasileiro. Anteriormente, eles também haviam fornecido os motores das Suzuki Intruder 250 nacionais.
E, assim como já foi visto em outros casos, a parceria estabelece que as novas motocicletas unam o design, a qualidade e a marca MV Agusta com a produção em massa da Loncin no mercado chinês, o segundo maior do mundo. Eles esperam lançar uma família de quatro modelos premium até o final de 2021.
“Esta aliança estratégica é um passo importante para consolidar nossa visão para o futuro da MV Agusta”, disse Timur Sardarov, CEO da MV Agusta. “Nossa meta é reafirmar nossa liderança na produção de motocicletas de alta qualidade, ao mesmo tempo em que ampliamos nossa base de clientes oferecendo uma ampla gama de produtos sem comprometer nosso design e desempenho diferenciado“, completou.
“A assinatura deste acordo estratégico, que favorece o crescimento coordenado de ambas as partes, representa a resposta conjunta da Loncin e da MV Agusta à evolução da demanda nos mercados globais“, disse Yong Gao, Presidente da Loncin Motor Company. “A Loncin depositará seu conhecimento do mercado chinês e sua avançada capacidade de produção, ajudando a MV Agusta a expandir sua linha de produtos e aumentar a competitividade“.
Após atravessar uma grave crise entre 2015 e 2016 onde quase fechou as portas, a MV Agusta se reestruturou sob a liderança de um Grupo de Investimentos russo. Desde então, a marca de Varese teve a sua produção encolhida, se concentrando em criar versões especiais de seus modelos em unidades limitadas.
Ainda nesse mês, o atual CEO da marca, Timur Sardarov disse que a MV Agusta disponibilizaria modelos mais acessíveis em breve. Mas a parceria com um conglomerado chinês é uma iniciativa que provavelmente ninguém imaginava o que pode causar alguma controvérsia entre seus fãs fiéis.
Marcas ocidentais em parceria com empresas chinesas estão na moda agora na indústria motociclística. BMW e KTM foram as primeiras, estabelecendo uma Joint Venture com TVS Motors e Bajaj Auto, respectivamente. Mais recentemente até a Harley-Davidson comunicou que vai investir no mercado chinês, ao lado da Qianjiang Motorcycle Company.
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