As regras do Mundial de Motociclismo vão mudar em 2027, entre outros motivos, para facilitar a entrada de novos fabricantes. Parece que a ideia está dando certo, porque a MV Agusta está estudando voltar ao Campeonato que dominou durante as décadas de 1960 e 70.
Em 2027, os motores de MotoGP irão retroceder de 1000cc para 850cc, cilindrada bastante habitual para a MV Agusta. A empresa agora faz parte do grupo Pierer Mobility AG, o mesmo da KTM, e o seu novo presidente, Hubert Trukenpolz, disse que eles estão mesmo cogitando a possibilidade.
“Eu esperava essa pergunta. Acho que a MV ganhou 75 títulos mundiais de pilotos e de construtores e tem mais de 270 vitórias. Claro, temos que voltar às corridas. Em 2027, haverá um novo regulamento na MotoGP. Haverá novas regras para os motores, então pode ser o ano certo para ver a MV Agusta no campeonato novamente”, disse Trukenpolz ao site italiano Motociclismo.
Mas, de qualquer forma, se o retorno acontecer, a MV Agusta trabalhará em estreita colaboração com a KTM. Em outras palavras, sim, ambas as marcas teriam os mesmos motores. Um sacrilégio para os fãs tradicionais da marca italiana sediada em Varese.
“Não desenvolveremos um motor apenas para a KTM ou apenas para a MV Agusta. Isso seria estúpido. Nosso objetivo é ter o melhor motor para a MotoGP e esse motor definitivamente será compartilhado entre as duas marcas”, antecipou Trukenpolz.
“O V4 é o melhor conceito para esta categoria, então por que tentar um 4 cilindros em linha? Não há razão para queimar 50 milhões de euros com o risco de não ficar entre os dez primeiros. Isso não faz sentido. Então, tenho 100% de certeza de que o motor será o mesmo para KTM e MV, mas o resto da moto será diferente”, explicou.
Nos anos 1960, a MV Agusta dominou o Mundial de Motociclismo, principalmente nas classes 350cc e 500cc, graças ao talento de Giacomo Agostini e Mike Hailwood. Uma reputação que se beneficia até os dias de hoje, com o modelo retrô Superveloce 800.
Na última década, entre 2014 e 2018, eles até participaram de competições oficiais, mas no Mundial de Supersport com o modelo MV Agusta F3. Os resultados, no entanto, ficaram bem aquém do esperado e nenhuma vitória foi conquistada.