A MV Agusta anunciou ontem (20) que encontrou um novo parceiro financeiro, o grupo de investimentos Black Ocean. Os russos são a esperança de que a tradicional marca italiana finalmente reequilibre suas contas no vermelho.
No início do ano, a frágil situação financeira da MV Agusta veio à tona, através de pressões de sindicatos trabalhistas italianos, que apontavam uma divida de quase 50 milhões de euros. O CEO da marca, Giovanni Castiglioni assumiu posteriormente as dificuldades e desde então a produção precisou ser enxugada para apenas 9.000 unidades ao ano.
Para complicar, Castiglioni e a MV Agusta entraram na mira da Guardia Di Finanza que, na semana passada apontou irregularidades na forma como geriam o fundo de previdência social de seus funcionários. O futuro parecia cada vez mais nebuloso para a marca de Varese até o aparecimento do Black Ocean Group, liderado por Oliver Ripley e Timur Sardarov.
“Estou muito satisfeito por termos chegado a esse acordo com a Black Ocean“, disse Castiglioni. “Além do fortalecimento de nossa capital, que é importante para o crescimento futuro da MV Agusta, acredito firmemente que Sardarov, Ripley e sua equipe global poderão contribuir com suas habilidades empresariais e gerenciais na consolidação da MV Agusta como um jogador-chave no mercado de motocicletas super premium”.
O Black Ocean faz parte do Ocean Group, uma holding privada fundada em 2005 que atua nos ramos de aviação, agricultura, finanças corporativas, imobiliário, internet e mineração. Sua função básica é a aquisição, investimento e reestruturação de negócios existentes em setores de alto crescimento. Possui escritórios em Londres, Nova York e Rússia.
Os detalhes da negociação com a Black Ocean ainda não foram revelados, mas a expectativa é de que o aumento de capital facilite o relacionamento com fornecedores (que não mais cedem peças a crédito), coloque os trabalhadores de volta à linha de montagem e continue o desenvolvimento de novos modelos.
A grande questão que permanece no ar é o que acontecerá com a AMG. Em silêncio desde o começo da crise, o braço esportivo da Mercedes-Benz possui atualmente 25% da MV Agusta e chegou a ser especulado de que estariam interessados em comprar 100% da empresa.