O dia mais temido do ano para a Harley-Davidson e Indian chegou. A partir de hoje (20), as duas marcas terão que lidar com um imposto de importação de 31% estabelecido pela União Europeia para motos norte-americanas acima de 500cc.
A decisão definitiva foi tomada na quinta-feira passada (14), quando as nações europeias se reuniram e apoiaram por unanimidade os planos de retaliação às medidas de Donald Trump de aumentar as tarifas do aço e alumínio importados (20% e 10%, respectivamente) no começo do ano.
Apesar de inicialmente ter isentado a Europa, Argentina, Austrália, Coreia do Sul e até o Brasil das novas medidas, Trump agora pretende implementá-las inclusive nesses países, além de México e Canadá, gerando uma revolta de classe mundial.
A lista completa de produtos norte-americanos que serão afetados pelo novo imposto da UE possui mais de 10 páginas, mas para nós, motociclistas, o que interessa é que: qualquer motocicleta ou ciclomotor norte-americano acima de 500cc receberá um imposto de importação de 31%, ou seja, bem mais que os 6% atuais.
É uma decisão que afeta em cheio a Harley-Davidson e a Indian, duas das principais marcas norte-americanas que praticamente não tem modelos abaixo de 500cc e dependem bastante do mercado externo para equilibrar suas finanças, já que o mercado interno está em baixa.
Ainda é cedo para dizer o real impacto que as novas tarifas terão sobre seus preços, pois sempre há um atraso entre a imposição e o aumento nas concessionárias. Mas é fácil prever que provavelmente Harley-Davidson e Indian (entre outras) terão que baixar seus preços e reduzir suas margens de lucro.
E não é apenas a Europa. A Índia, que também fora atingida pelas novas tarifas de aço e alumínio de Trump – propôs uma elevação de nada menos 50% em suas taxas de importação para motocicletas norte-americanas acima de 800cc.
Com as medidas, Trump e o governo norte-americano pretendiam proteger a indústria metalúrgica do país, mas o tiro aparentemente saiu pela culatra. Mesmo no mercado interno, os custos de fabricação de motocicletas tende a subir, já que as matérias-primas ficarão mais caras. O tempo irá dizer quem ganhou e quem perdeu.