Apesar da crise que atravessa, a Harley-Davidson parece ter mantido os planos de lançar uma moto de 350cc na Ásia. É o que nos sugere esses registros de patente da chinesa Qianjiang, recém-descobertos.
A marca, que é capaz de produzir cerca de 1,5 milhão de scooters e motocicletas anualmente na China é proprietária da italiana Benelli e estabeleceu, em junho do ano passado, uma joint-venture com a Harley-Davidson para montarem em parceria motos de pequeno deslocamento no lucrativo mercado asiático.
As imagens aqui mostradas foram registradas na Administração Nacional de Propriedade Intelectual da China e revelam o novo modelo Qianjiang QJ350, que provavelmente será comercializada também pela Benelli sob o nome 350S. Agora olhe o motor mais de perto. É isso mesmo, diz “Harley-Davidson Motor Company”.
A moto, na verdade, é uma confusão com o nome das três marcas. O motor diz Harley-Davidson, a carroceria diz QJ (Qianjiang), e a rabeta estampa o logotipo Benelli. Isso parece um pouco desleixado, mas pode ter sido feito de propósito. No início desse ano, uma conferência interna confirmava a chegada de uma HD 338 para meados desse ano.
É claro que isso foi antes da pandemia de Coronavírus afetar a vida de todos, especialmente da Harley-Davidson. Ainda nessa semana, a marca de Milwaukee reportou um declínio de 23% nas vendas no primeiro semestre, além da perda de US$ 23 milhões nos seis primeiros meses do ano.
No mesmo anúncio, eles anunciaram um novo plano estratégico, o “The Hardwire”, que promete reduzir a linha em 30% e concentrar o foco em apenas 50 mercados. Pode ser que o asiático esteja entre eles. Questionado a respeito, o CEO Jochen Zeitz preferiu não se manifestar.
“Gostaríamos de revelar nossos produtos muito mais perto do lançamento real, e se e quando vamos lançar produtos específicos não é algo que eu gostaria de elaborar agora“, disse à imprensa norte-americana. “Forneceremos mais detalhes no quarto trimestre. Neste momento, não há realmente nada de novo a dizer sobre isso.”
Com vendas em declínio desde 2016, a Harley-Davidson se debate com três principais problemas: o envelhecimento de seu público alvo, as consequências de ter se concentrado apenas em um nicho de mercado e as limitações do Coronavírus, que voltaram a crescer nos EUA.
Estabelecido pelo CEO anterior da marca, Matt Levatich (o mentor por trás da elétrica LiveWire), o acordo com a Qianjiang era mais um passo no plano de rejuvenescimento da Harley-Davidson. Essa descoberta parece lançar alguma luz sobre o projeto, mas o ponto de interrogação permanece.