A equipe Yamaha de MotoGP ficou furiosa com a punição dada à Fabio Quartararo pelo acidente que causou no GP da Holanda, no domingo passado (26). O diretor geral, Lin Jarvis até publicou uma carta aberta expressando sua frustração, algo muitíssimo incomum.
Quartararo vinha brigando pela segunda posição com Aleix Espargaró (Aprilia), quando forçou uma ultrapassagem na Curva 5 e acabou no chão. O espanhol conseguiu continuar, mas o francês, além de ter abandonado a corrida, terá que pagar uma volta mais longa como punição, na próxima etapa na Inglaterra, em agosto.
Após a corrida, Lin Jarvis, expressou sua decepção com a penalidade de volta longa que Quartararo recebeu do painel de comissários da MotoGP. Sempre muito discreto, o britânico utilizou palavras duras para criticar a desigualdade com que as penalidades são aplicadas. Segue o texto abaixo.
“Fabio Quartararo, a Monster Energy Yamaha MotoGP Team e a Yamaha sempre lutaram pela justiça e desportivismo na MotoGP. Estamos desapontados ao ver a desigualdade com que as penalidades são aplicadas pelo painel de comissários da FIM MotoGP. A equipe Monster Energy Yamaha MotoGP discorda da decisão de domingo do painel de comissários da FIM MotoGP pelas seguintes razões:
– Enquanto Quartararo admitiu ter cometido um erro na curva 5 do TT Circuit Assen na volta 5, a Monster Energy Yamaha MotoGP vê isso como um incidente de corrida. Quartararo tem a reputação de ser um piloto limpo, sem histórico de incidentes anteriores. Foi um erro honesto sem intenção maliciosa.
– A Monster Energy Yamaha MotoGP reconhece que a corrida de Aleix Espargaró foi afetada, mas a gravidade do impacto é uma questão de conjectura. A Monster Energy Yamaha MotoGP sente que o painel de comissários da FIM MotoGP está medindo a gravidade dos incidentes de corrida com padrões inconsistentes e subjetivos.
– A inconsistência com que as penalidades são aplicadas pelo painel de comissários da FIM MotoGP durante a temporada de 2022 prejudica a justiça da MotoGP e a fé na jurisdição dos comissários. Houve pelo menos mais três incidentes de corrida graves na classe MotoGP (resultando em pilotos se aposentando da corrida e/ou causando lesões) que ficaram impunes.”
Jarvis conclui: “Queríamos apelar da decisão dos comissários no domingo na pista de Assen, mas esse tipo de penalidade não está aberto a discussão ou apelação. Queríamos então levantar a questão, por uma questão de princípio, com o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), mas também tal questão não é passível de recurso. É precisamente por essas razões que decisões corretas, equilibradas e consistentes devem ser tomadas pelos comissários em primeiro lugar e executadas dentro do prazo correto e razoável.”
O painel de comissários MotoGP, composto dos diretores de prova, Mike Webb e Graham Webbe, do diretor de segurança da FIM, Franco Uncini e dos ex-pilotos Loris Capirossi e Freddie Spencer. O grupo vêm realmente recebendo muitas críticas nas últimas corridas pela inconsistência com que as punições tem sido aplicadas.