A MotoGP irá introduzir na temporada 2023 uma nova centralina eletrônica padronizada nas motos. Mais moderna, a unidade possibilitará um novo leque de possibilidades, além de preparar a chegada dos combustíveis sintéticos em 2027.
Introduzida em 2016, a centralina padronizada foi um marco para a MotoGP na época. Até então, cada fabricante desenvolvia o seu próprio software e hardware possibilitando que suas motos tivessem um acerto eletrônico específico, o que encarecia muito os custos.
Desenvolvida pela italiana Marelli, a ECU padronizada “AGO-340” forçou todas as fabricantes a dançarem na mesma música. Deu certo: os custos pararam de subir tão rápido e a competição ficou mais nivelada, para desespero de alguns e alegria de outros.
Isso estimulou os engenheiros a buscar soluções alternativas para problemas que costumavam resolver através da eletrônica. Foram-se os sofisticados antiwheelie e os mapas de torque do motor adaptados curva a curva. Em seu lugar entraram os winglets, holeshots e suspensões reguláveis.
Chamada de “BAZ-340”, a nova ECU tem uma maior variedade de conexões de entrada e saída, o que permite uma capacidade de processamento 4 vezes mais rápida e melhores recursos de aquisição, cálculo, análise e transmissão de dados do que a anterior.
Além disso, a unidade já é capaz de “ler” corretamente o combustível sintético, que exige um cálculo mais rápido da relação ar/combustível e tempo de ignição, além de um melhor monitoramento dos dados provenientes dos sensores.
A nova ECU também visa melhorar a segurança: em caso de queda de um piloto, por exemplo, um sinal de acidente é enviado à Direção de Corrida, que tem a possibilidade de agir mais rápido, como acender uma luz de alerta nas motos.
Mas nem todos terão a nova centralina imediatamente. Isso envolve mudanças na fiação e nos sistemas elétricos das motos e, com a escassez atual de testes, as próprias fabricantes pediram para utilizar a centralina de 2022 em suas equipes não oficiais.
A Marelli, no entanto, garante que não haverá vantagens em termos de desempenho com a ECU 2023: a temporada será utilizada para coletar dados para que a unidade apresente um desempenho superior apenas em 2024. Os testes continuam em Portimão, na próxima semana.