A Repsol-Honda apresentou hoje (22) a sua equipe para a temporada 2021 de MotoGP. As novidades são a chegada do espanhol Pol Espargaró e uma nova motocicleta desenvolvida sem tanta influência de Marc Márquez.
Realizada de forma online, assim como as demais por causa das restrições da pandemia, a apresentação da Honda limitou-se a um vídeo com imagens e entrevistas dos principais nomes da equipe sediada em Madri, na Espanha.
A grande expectativa era ouvir do próprio Marc Márquez como está a recuperação do braço direito gravemente fraturando na primeira etapa de 2020 e que teve uma reabilitação desastrosa, com três cirurgias. O espanhol se mostrou ansioso para voltar às pistas, mas não disse quando isso vai acontecer nem em que forma vai estar.
“Depois de muito tempo fora, foi bom ver a minha moto de novo e vestir a meu macacão. 2020 foi um ano difícil para todos e especialmente para mim com a lesão e assistindo as corridas de casa. Mas continuei a trabalhar com os médicos, com a minha equipe e comigo mesmo para me recuperar e regressar à MotoGP“, disse Márquez. “Claro, eu gostaria de ter voltado mais cedo, mas é muito importante ouvir os médicos e meu corpo até estar totalmente em forma. Posso imaginar a melhor reviravolta que é voltar a andar com a moto e ser o mesmo, mas vai ser difícil ser assim“, ressaltou. “Mas veremos se leva uma corrida, duas corridas metade da temporada para ser o mesmo Marc.“
Ao seu lado, Márquez terá, pela terceira temporada consecutiva, um novo companheiro de equipe: Pol Espargaró, que foi campeão da Moto2 em 2013 e traz na bagagem boas performances na Tech3 Yamaha e KTM. Visivelmente orgulhoso com sua posição, o espanhol não nega que quer voar alto com a Repsol-Honda.
“A preparação para esta temporada foi uma das mais emocionantes da minha carreira, foi como esperar pela minha primeira temporada ou minha estreia na MotoGP“, admite Espargaró. “Pilotar pela Repsol-Honda é o sonho de qualquer piloto e algo de que se orgulhar. A cada semana eu dei mais um passo, vendo a moto em minha casa, agora vestindo as roupas. O passo final é andar com a RC213V pela primeira vez no Catar e essa emoção me motiva a treinar mais e ser o melhor que puder no campeonato. Estou aqui para ter sucesso e lutar no topo, esta é a meta para 2021.”
Em termos estéticos nenhuma alteração foi feita. O patrocinador principal continua a ser a petrolífera Repsol, presente na equipe desde 1995 e com o mesmo design adotado desde 2013, apenas com pequenos refinamentos, como uma maior participação da Red Bull.
Debaixo da carenagem, no entanto, a RC213V promete conter profundas alterações, principalmente de chassi para melhorar a motocicleta, muito criticada no passado por ser “impossível de ser pilotada” por outro piloto além de Márquez.
“Entramos em mais uma temporada cheia de expectativa e desejo. Depois do difícil ano de 2020, continuamos aprendendo e trabalhando para voltar ao topo do campeonato. Do lado técnico, a HRC tem trabalhado duro como sempre para continuar melhorando a RC213V“, disse o diretor da HRC, Tetsuhiro Kuwata. “Temos um novo piloto, Pol Espargaró, que traz boa experiência e desejo de vitória. Todos estamos aguardando ansiosamente o primeiro teste com ele. Do lado de Marc, temos acompanhado de perto sua recuperação e continuaremos a fazer tudo o que pudermos para apoiá-lo para que volte o mais forte possível.“
Não ficou claro se Márquez vai estar presente nas primeiras etapas do ano, o que leva a crer que a equipe vai aguardar o próximo mês para tomar uma decisão sobre a volta do octacampeão. Os testes coletivos começam em 3 de março no Catar, mesmo local das duas primeiras etapas, em 28 de março e 4 de abril.