Com a confirmada aposentadoria de Valentino Rossi e a provável saída de Franco Morbidelli para a equipe oficial Yamaha, a Petronas SRT precisa encontrar dois pilotos para a temporada 2022. Um grande problema, pois as (boas) opções são poucas.
Desde que iniciou suas operações como equipe de apoio da Yamaha em 2019, a Petronas SRT não se encontrava em uma situação tão difícil. Afinal, os dois primeiros anos foi acima da média, com os pilotos Fabio Quartararo e Franco Morbidelli, que devem refazer a dupla no time oficial em 2022.
Se a equipe oficial parece bem encaminhada, o mesmo não se pode dizer da Petronas. Eles já atravessam uma difícil em 2021, porque Morbidelli está ausente, se recuperando de uma cirurgia no joelho, e Valentino Rossi, aos 42 anos, não consegue mais acompanhar o ritmo dos primeiros.
Para piorar, os principais pilotos já estão comprometidos para 2022. As soluções mais óbvias, Toprak Razgatlioglu e Garrett Gerloff já renovaram seus compromissos com o WorldSBK. As opções disponíveis já não são as mais badaladas e evidentes que se pode encontrar. Vejamos as possibilidades.
Raul Fernandez
O catalão de apenas 20 anos realiza apenas a sua primeira temporada na Moto2, depois de quatro anos discretos na Moto3, onde conquistou duas vitórias e 6 poles. Na categoria intermediária, no entanto, Fernandez deslanchou e já conseguiu três vitórias, a última no GP da Holanda, antes das férias de verão.
Fernandez é o único piloto da Moto2 que está conseguindo acompanhar o ritmo de Remy Gardner, seu companheiro de equipe na KTM Ajo, muito mais experiente do que ele. Fontes afirmam que a Petronas já enviou uma proposta, mas sua contratação é muito difícil, porque os austríacos não pretendem liberá-lo tão fácil.
Marco Bezzecchi
Assim como Fernandez, Marco Bezzecchi competiu na Moto3 entre 2015 e 2018 com resultados modestos, três vitórias e duas poles. O italiano de 22 anos, entretanto, parece ter se achado mais na Moto2, onde venceu duas corridas e chegou a disputar o título de 2020.
Bezzecchi também está conversando com a Petronas SRT, mas o italiano é um dos protegidos de Valentino Rossi e faz parte da VR46 Academy. Portanto, a lógica indica que o italiano deve mesmo subir à MotoGP em 2022, mas com a própria equipe do eneacampeão, a Aramco VR46, ao lado de Luca Marini.
Joe Roberts
Ainda menos expressivo é o currículo de Joe Roberts. O norte-americano de 23 anos foi cedo para a Europa e passou três anos competindo na Red Bull Rookies Cup tendo um segundo lugar em 2012 como melhor resultado. Algumas vitórias no AMA Pro Road Racing o credenciaram para a Moto2 em 2017.
Na categoria intermediária, Roberts melhorou consideravelmente nos últimos dois anos, quando se firmou como um competidor do primeiro grupo ao lado da competente equipe Italtrans Racing. Sua ida à MotoGP conta com o apoio da Dorna, que não tem um piloto norte-americano competitivo desde Nicky Hayden em 2015.
Xavi Vierge
Mais um produto do extremamente competitivo e bem organizado campeonato espanhol, Xavi Vierge chamou atenção das equipes do Mundial graças a sua temporada no FIM CEV Moto2 em 2015, onde conquistou seis vitórias e ficou em segundo na classificação, atrás apenas de Edgar Pons.
Sua caminhada no Mundial de Moto2, desde então, tem sido discreta. São apenas quatro pódios em seis anos, o último no GP da Catalunha em junho. Vierge, entretanto, corre pela equipe Petronas da categoria e seria uma solução caseira, prática e barata para o time malaio.
Derryn Binder
Outra solução caseira seria a emancipação de Derryn Binder. Irmão de Brad Binder, o sul-africano de 23 anos compete pela equipe Petronas Sprinta Racing na Moto3, onde está desde 2015, conquistando uma vitória no GP da Catalunha de 2020, duas poles e cinco voltas mais rápidas.
Já bastante experiente para a categoria, com 108 largadas, Binder melhorou a olhos vistos nos últimos dois anos. Em 2021, o sul-africano começou forte a temporada, com um terceiro e um segundo nas corridas do Catar. É arriscado, mas não seria a primeira vez que um piloto salta da Moto3 para a MotoGP.
Jake Dixon
O companheiro de Vierge na Petronas Sprinta Racing é Jake Dixon. O piloto de 25 anos passou a década competindo em campeonatos britânicos até fazer uma participação curinga no GP da Inglaterra de Moto2 em 2017. Isso o credenciou para a categoria intermediária, onde está desde então.
Seu melhor resultado é uma sexta posição em Misano 2020. Outros destaques foram dois sétimos, o último deles no GP do Catar desse ano. Não é um currículo de encher os olhos, mas a pressão é grande para ter um novo piloto britânico na MotoGP, país que já teve nomes como Mike Hailwood e Barry Sheene.
Correndo por fora…
É claro que nessa situação ainda há muitos outros nomes batendo na porta da Petronas e entre eles certamente está o de Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci. O que eles tem em comum? Custam caro, especialmente ‘Dovi’, e são mais velhos. Em uma recente entrevista, o chefe da equipe, Razlan Razali disse que a preferência é dos jovens. Mas podem ser uma alternativa sólida para somar pontos, o que sempre é importante.
Você deve estar se perguntando: e Eric Granado? as chances de vermos o brasileiro na MotoGP são remotíssimas. Mas, esse ano ele está correndo na WithU Motorsport, equipe de MotoE que faz parte da estrutura técnica da One Racing Energy, o que nos leva de volta para a… Petronas SRT. Um retorno à Moto2 seria bem vindo, não?