Quatro pilotos deixaram o GP de Portugal com algum tipo de lesão. Não há tempo hábil para fazer substituições para o GP da Argentina no próximo domingo, mas para o GP dos EUA, em três semanas, sim. Quais são as opções das equipes?
A regra diz que, se um piloto se machucar menos de 10 dias antes de um evento, a equipe não precisa substituir o piloto lesionado se não desejar fazê-lo; mas se o problema ocorrer mais de 10 dias antes de uma etapa, o time precisa fazer todos os esforços para encontrar um substituto.
Se eles não encontrarem um substituto, mas puderem mostrar que fizeram tudo o que podiam para obtê-lo, eles permanecerão dentro das regras, mas – basicamente – se a corrida for mais de 10 dias após a lesão ser sofrida, o piloto ferido precisa ser substituído.
Obviamente, como os Grandes Prêmios de Portugal e da Argentina são consecutivos, não há necessidade de nenhum dos pilotos lesionados em Portimão serem substituídos por suas respectivas equipes na Argentina. Mas, nos EUA o limite de 10 dias será excedido, então o requisito se torna aplicável.
Dani Pedrosa (GasGas)
A primeira equipe a pensar em substituição de piloto é a GasGas, já que Pol Espargaró sofreu um gravíssimo acidente no segundo treino livre de sexta-feira e deve ficar fora por um tempo, com fraturas nas vértebras dorsais e mandíbula, além de uma contusão pulmonar.
Felizmente, a KTM (proprietária da GasGas) tem três pilotos reserva: Mika Kallio envolvido com o projeto RC16 desde praticamente o início; Dani Pedrosa, o principal desenvolvedor da moto atualmente; e Jonas Folger, que se juntou à equipe de testes de durante o inverno.
Pedrosa normalmente declina desses convites, de modo que a KTM quase sempre é obrigada a escalar Kallio para essas situações. O finlandês vice-campeão da Moto2 é o “pau para toda obra” da marca. Folger, por ter entrado recentemente, é a última opção, a menos que a corrida fosse na Alemanha.
O voto popular provavelmente será para Dani Pedrosa, que já está escalado para um wildcard no GP da Espanha no final de abril, duas semanas após o GP dos EUA. O espanhol nunca gostou muito dessas participações, mas a KTM colocou uma pressão extra: ou corre mais ou rua.
Michele Pirro (Ducati)
O segundo lesionado do GP de Portugal foi Enea Bastianini, derrubado por Luca Marini (VR46) após apenas três voltas na nova Sprint Race. O italiano, que fazia a sua estreia na equipe de fábrica teve uma escápula quebrada e pode perder as duas próximas corridas ou até mais.
A Ducati já confirmou que Pecco Bagnaia será o único representante de sua equipe de fábrica na Argentina. Mas nos EUA, um substituto se faz necessário e o favorito é Michele Pirro. O italiano é o piloto de testes da fábrica e conhece a Desmosedici como a palma da mão.
Há outras opções além de Pirro? Na verdade não. Você deve estar pensando em Alvaro Bautista, mas o espanhol lidera o campeonato do WorldSBK, tem corrida no fim de semana seguinte aos EUA e provavelmente a Ducati não vai arriscar lesioná-lo em uma corrida sem importância.
Uma opção mais sensata seria Danilo Petrucci. O italiano competiu no MotoAmerica no ano passado e esse ano também está no WorldSBK, na equipe Barni Racing. Mas ele já disse que não gosta da Superpole Race e provavelmente também seria avesso a correr na Sprint Race.
Stefan Bradl (Honda)
Finalmente na lista de lesionados, temos Marc Márquez, que teve que passar por uma cirurgia em um metacarpo quebrado na mão direita na manhã de segunda-feira (27) em decorrência do acidente que teve com Miguel Oliveira no GP de Portugal.
Isso significa que Márquez não pode correr na Argentina neste fim de semana, mas deve estar apto para participar do GP dos EUA, no Circuito das Américas em Austin, simplesmente a sua pista favorita, onde venceu sete vezes nos últimos nove anos.
Mas como Márquez ainda se recupera das lesões no seu braço direito (e o metacarpo quebrado é o da mão direita), não é totalmente garantida a sua volta em Austin. Só por precaução, a Honda deve pagar uma passagem aérea extra para o seu piloto de testes, Stefan Bradl.