Os pilotos de MotoGP estão furiosos com as punições que receberam por queima de largada nas primeiras etapas do ano. Eles alegam que a penalidade é pesada demais para uma infração que não resulta em uma vantagem prática.
As primeiras corridas foram marcadas por punições à pilotos que se moveram antes da hora na largada. A primeira vítima foi Cal Crutchlow na Argentina. O britânico teve que se submeter a um ride-through (passagem pelos boxes) por mover-se uma fração de segundo antes do permitido.
Crutchlow afirmou categoricamente depois da prova que não se moveu. Análises posteriores revelaram, no entanto que o piloto havia se movimentado menos de três polegadas porque inclinou a ponta dos pés para frente. A roda dianteira de sua LCR-Honda tocou no início da linha branca, que marca sua posição no grid.
Isso não comoveu o novo Diretor de Corrida da MotoGP, Freddie Spencer. Crutchlow foi obrigado a cumprir o ride-through perdendo 26 segundos no processo e a chance de lutar pelo pódio. Antes da punição, o britânico estava na quinta posição, mas com a determinação acabou apenas em 13º.
Nos Estados Unidos, a fiscalização bateu na porta de Maverick Viñales e do novato Joan Mir, companheiro de Alex Rins, que venceu a corrida. Assim como Crutchlow, Rins praticamente não se moveu, mas pagou um alto preço por isso. “Eu realmente não percebi, mesmo nas gravações de TV não está claro que eu me movo“, disse ao Speedweek depois de completar a prova em 17º. “Eu acho que a punição é dura demais para esse erro“.
O atraso foi ainda pior para Viñales. O espanhol inicialmente achou que a punição era realizar uma volta lenta, para só depois ser chamado para o ride-through. O espanhol encerrou a prova em 11º, mas se mostrou resignado com a decisão dos comissários: “Se você sair muito cedo terá que ser punido. Eu me movi então a punição foi correta“.
Crutchlow, por outro lado, aproveitou a ocasião para reacender a polêmica: “Não estou feliz que outra pessoa tenha se movido antes – eu certamente não quero dizer isso. Mas, obviamente, isso precisa ser analisado com muito cuidado agora. Talvez isso tenha algo a ver comigo reclamando. Eu não sei. Mas não fiz nada de errado, mas é assim que as coisas são“, acrescentou.
Até Valentino Rossi entrou na discussão: “Nós conversamos sobre transformar a sentença em uma penalidade de volta longa e muitos foram a favor dela. Mas Cal disse: ‘Claro, mas eu já tive que tomar uma punição mais severa, então se mudarmos a regra agora, então eu sou o desprivilegiado‘”, revelou o italiano. “A discussão continua. E talvez devêssemos tentar ajustar a punição para o próximo ano“, sugeriu.