As importantes mudanças que a MotoGP implementou para esse ano já começam a se refletir nos números. Confirmando as expectativas, a audiência do campeonato aumentou bastante nas cinco primeiras corridas do ano. Mas o custo humano também se revelou elevado, com um grande número de acidentes e lesões.
Depois da fraca temporada 2022, a primeira sem Valentino Rossi, a Dorna Sports, empresa que promove e gerencia o Campeonato Mundial de Motociclismo se viu obrigada a realizar mudanças, muito para poder manter as transmissões televisivas de pé, principalmente no sábado. Qual a solução encontrada? Eliminar o FP4 e colocar uma corrida curta no lugar, as polêmicas Sprint Races.
Após as cinco primeiras etapas de 2023 o saldo da Dorna Sports é positivo. De acordo com os espanhóis, o aumento de telespectadores em um fim de semana foi de 27%, enquanto que, só no sábado, a audiência subiu 51% graças às Sprint Races. Além disso, o interesse pela corrida principal no domingo também aumentou quase um quinto, tudo levando em conta os mercados mais relevantes.
Além dos números televisivos, o crescimento de público nas arquibancadas nos autódromos também é visível. Os números disponíveis mostram um aumento médio de 40% nos primeiros cinco fins de semana de GP. A última etapa, em Le Mans, na França, foi a com maior público na história, mais de 278.800 ingressos vendidos ao longo do fim de semana.
Por outro lado, esse aumento na audiência teve um custo humano e mecânico bastante elevado. Foram registradas 278 quedas nas cinco primeiras etapas da temporada, 114 apenas na MotoGP, a única a ter Sprint Races. Na Moto2, houve 77 quedas no mesmo período, 48% a menos. Até a Moto3, conhecida pela violência em suas disputas, teve apenas 87 quedas até agora.
Para se ter uma ideia, 335 acidentes aconteceram na MotoGP durante toda a temporada de 2022. Estamos falando de 20 etapas. Uma média de 16,7 por evento. Na Moto2 foram 428 (21,4 por etapa) e 343 na Moto3 (17,5 por etapa). Apenas nas cinco primeiras etapas de 2023, a média de quedas por evento na Categoria Rainha subiu para 22,8.
Ainda mais preocupante é a lista de feridos desses acidentes: nove dos 22 pilotos regulares (ou seja, 40,9%) já sofreram alguma lesão, cinco (22,7%) já perderam pelo menos uma corrida como resultado. São eles, Pol Espargaró, Enea Bastianini, Marc Márquez, Miguel Oliveira, Jorge Martin, Joan Mir, Alex Márquez, Pecco Bagnaia e Luca Marini. No ano passado apenas um perdeu etapas no período.
Entre os pilotos que mais caem, Joan Mir (Honda) vem na liderança, com 11 quedas, praticamente uma por atividade na pista. Alex Márquez (Ducati) e Jack Miller (KTM) vêm na sequência, com nove cada um, e Augusto Fernandez (GasGas) em quarto com oito. Todos caíram pelo menos uma vez, com exceção de Dani Pedrosa, piloto de testes da KTM, que participou do GP da Espanha.