Com a temporada encerrada, a MotoGP concentra-se em analisar tudo o que aconteceu em 2019 e uma das estatísticas mais interessantes é o número de acidentes. Nesse quesito, Johann Zarco leva o troféu na Categoria Rainha, com 17 quedas ao longo do ano. Veja os demais aqui.
A maioria das quedas do francês aconteceu com a defenestrada KTM RC16, motocicleta que se recusou a continuar correndo após o Grande Prêmio de San Marino, em setembro. Algumas, no entanto, também foram registradas com a Honda RC213V da equipe LCR, com a qual competiu nas últimas três etapas do ano.
O gráfico abaixo mostra não apenas o ranking de acidentes atual, mas também o número de acidentes sofridos pelos pilotos nos anos anteriores. Como podemos constatar Zarco teve o dobro de acidentes registrado em 2018, o que comprova sua dificuldade de adaptação à KTM. Fraturas à parte, Jorge Lorenzo caiu apenas sete vezes em 2019.
A seguir, vêm os dois pilotos da Pramac, Jack Miller (15) e Francesco Bagnaia (14). Embora tenha registrado duas quedas a menos que em 2018, o australiano e o seu novo companheiro de equipe italiano deram muito prejuízo à equipe satélite da Ducati, com 29 motos danificadas.
Na classificação geral, no entanto (somando todas as três categorias), o piloto mais temerário foi Tom Booth, que sofreu 22 acidentes na Moto3, apenas um a mais que o turco Can Oncu. Sam Lowes bem que se esforçou, mas ficou apenas em terceiro, com 20 quedas. O britânico, porém venceu na Moto2.
Com 14 acidentes, a maioria deles em treinos livres, Marc Márquez ficou apenas em quarto lugar no ranking. O espanhol registrou uma diminuição acentuada de ocorrências em relação a 2018 (23) e principalmente 2017 (27) cumprindo sua promessa de cair menos ao longo do ano. O campeão da segurança, no entanto, é Andrea Dovizioso, com apenas quatro deslizes ao longo do ano.
Na verdade, com apenas 971 acidentes (1077 em 2018 e 1126 em 2017), o Mundial de Motovelocidade registrou, em 2019, o menor número de ocorrências dos últimos seis anos. A ausência de chuva na maioria das corridas e o passo adiante que a Michelin deu com os compostos de pneu foram considerados cruciais para a melhora, especialmente na MotoGP, que viu 220 quedas (303 em 2018 e 313 em 2017).
O Grande Prêmio da França foi o que registrou mais acidentes, 90 deles. Atrás vieram os GPs da Catalunha e da Austrália empatados em 73 quedas ao longo dos três dias de competição, com Misano em quarto com 68. O menor índice de ocorrências aconteceu em Aragão, na Espanha (15).
No cálculo por sessões, fica evidente que a maioria dos acidentes acontece mesmo no domingo, quando os pilotos dão tudo de si. Foram 74 quedas na MotoGP, 111 na Moto2 e 166 na Moto3, a mesma ordem geral de quedas, mostrando que a categoria iniciante é realmente a mais tumultuada.