O primeiro Grande Prêmio da Índia de MotoGP está sendo uma aventura complicada antes mesmo de começar. Problemas burocráticos com a emissão de vistos ainda seguram muitos pilotos e membros de equipes na Europa.
Aparentemente, a Dorna subestimou problemas administrativos na emissão dos vistos, trabalho que ficou a cargo da empresa local Fairstreet Sports que, apesar de cobrar 50% mais do que o valor normal de emissão pelo governo, não os entregou a tempo.
Não se pode dizer com exatidão quantas equipes e quantas das cerca de 2.000 pessoas envolvidas foram afetadas pela falta de vistos. Aparentemente, o problema se concentrou na Espanha, sede da Repsol Honda, da própria Dorna Sports e de muitos pilotos e equipes.
De acordo com o Speedweek, cerca de 50% do pessoal da Repsol Honda e da Red Bull KTM Factory Racing ainda está na Europa, embora as coisas parecem melhores para as equipes de fábrica da Yamaha, Ducati e Aprilia, todas com sede na Itália.
“A nossa equipe chegou totalmente à Índia”, relatou Lin Jarvis, Diretor Geral da Yamaha. “Só falta à nossa equipe de Moto2, Master Camp o piloto Manuel Gonzalez e um mecânico. Eles ainda não receberam visto e estão presos na Espanha.”
“Tivemos sorte, todos os membros da equipe Ducati e pilotos chegaram à Índia”, relatou ontem o diretor esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti. “Todos os membros da nossa equipe estão aqui”, informou o CEO da Aprilia, Massimo Rivola, que voou para fora de Itália na terça-feira (18).
Marc Márquez também deveria ter viajado para a Índia na terça, mas esbarrou na falta de seu visto e precisou voltar. O brasileiro Diogo Moreira, por outro lado, já está em Buddh: “Estou muito contente com o circuito, penso que podemos ter um bom desempenho aqui“, disse.
Um dos dois maiores produtores de motos do mundo ao lado da China, a Índia é um mercado importante para a MotoGP. Mas os entraves burocráticos, bem como de problemas alfandegários e fiscais, já afastaram o país hindu da Fórmula 1, que correu lá entre 2011 e 2013.
Soma-se a isso os preços exorbitantes. A HRC teria pago 28.000 euros pela hospedagem e serviços de transporte, uma equipe pequena como a PrüstelGP pelo menos 8.000. E carros de aluguel não podem ser reservados, porque não podem ser segurados para estrangeiros.
A Dorna e a IRTA também recomendam que as equipes isolem cuidadosamente as salas de hospitalidade, os escritórios e os vestiários no paddock à noite. “Alguns indianos costumam usar esses quartos para pernoitar.” Sem duvida, vai haver muita história para contar depois.