A KTM está testando hoje (19) no circuito de Valência uma nova motocicleta que abandona o chassi tubular que vinha usando até então na MotoGP. O objetivo é dar um salto de performance em 2020.
Desde que entrara na MotoGP em 2017, a KTM orgulhava-se de ser a única montadora a ter uma motocicleta com estrutura tubular, ao contrário das demais que utilizam o sistema de dupla viga de alumínio, que costuma ser mais rígido e responsivo em curvas.
Eles diziam que o chassi tubular poderia ser tão eficaz quanto e o sucesso na MotoGP iria endossar as vendas dos modelos de rua. Mas, os resultados que Pol Espargaró e Johann Zarco alcançaram este ano (zero pódios e um sexto lugar como o melhor resultado) mudaram a perspectiva em Mattighofen.
Decidida a ter sucesso na MotoGP, a KTM deu o braço a torcer e desenvolveu um novo chassi em dupla trave, que Dani Pedrosa e Mika Kallio testaram em segredo no circuito de Jerez, nas últimas semanas. Agora, nos primeiros testes pré-temporada 2020 em Valência, Espargaró também está testando-o.
Especula-se que as opiniões de Pedrosa, que passou a vida na Honda e hoje atua como piloto de testes da KTM foram vitais para a mudança de mentalidade. A última marca a apostar no chassi tubular com relativo sucesso foi a Ducati, campeã com Casey Stoner em 2007.
O caso Stoner, no entanto, pode ser considerado único no motociclismo, com todos os demais pilotos classificando a motocicleta como impossível de pilotar. A Ducati abdicou do chassi tubular em 2011, a pedido de Valentino Rossi e desde então, a motocicleta tem se comportado cada vez melhor.