Em vias de sair da Ducati, Jack Miller pode voltar à LCR-Honda, onde fez a sua estreia na MotoGP em 2015. A equipe satélite da Honda também poderia trazer um novo piloto japonês, Ai Ogura.
Miller, que foi vice-campeão da Moto3 em 2014 (atrás de Alex Márquez), desembarcou direto na MotoGP em 2015 através da LCR-Honda. O australiano foi um piloto da fabricante japonesa até 2017, quando ingressou na equipe satélite da Ducati, Pramac, a partir de 2018.
Mas após duas temporadas na equipe oficial Ducati, a situação de Miller está complicada. O piloto de 27 anos não conseguiu se firmar como primeiro piloto e está bem atrás de Enea Bastianini, com uma GP21 do ano passado. Para piorar, ele causou um acidente com o desafeto Joan Mir (Suzuki) no GP de Portugal ontem (24).
Miller sabe que dificilmente ficará em 2023 vindo a ser substituído pelo promissor Jorge Martin. Tanto que ele mesmo já afirma que não se importaria em voltar à equipe satélite, onde competiu entre 2018 e 2020. Eis que no fim de semana português surgiu o rumor de que uma volta à LCR estaria em pauta.
Mas o chefe da LCR, Lucio Cecchinello, mostrou-se surpreso: “Uau, eu não sei nada sobre isso“, disse ao Speedweek. “Estamos nos concentrando em 2022. Nosso plano é ficar quatro anos com Alex Márquez. Mas a decisão de estender o contrato definitivamente depende de seu desempenho. Não nego que estamos abaixo das nossas expectativas. Não é só culpa dele porque a moto não está muito competitiva. Além disso, ele veio da Repsol-Honda, conseguiu um novo chefe de equipe e uma nova equipe técnica. Não conseguimos tirar o máximo disso.“
Entre 2015 e 2020, a LCR conquistou, com o britânico Cal Crutchlow, três vitórias e um total de 12 pódios. Mas Alex Márquez cai com alguma frequência e Takaaki Nakagami ainda estar sem pódio na sua quinta temporada de MotoGP. Ou seja, eles também motivos para mudar de pilotos. No lugar de Nakagami foi ventilado o nome de Ai Ogura, que corre na Honda Asia Team na Moto2.
“Admito que esperávamos melhores resultados desde o início da temporada. Mas a verdade é que não conseguimos realmente usar o potencial da nova moto até agora. Temos uma aderência traseira muito boa, mas infelizmente os pilotos estão reclamando da falta de sensibilidade na frente“, explicou Cecchinello. “Então precisamos descobrir qual é a melhor geometria para Alex e Taka. Acho que definitivamente queremos esperar por mais corridas antes de desistir do nosso plano claro de quatro anos com Alex Márquez.“
A decisão, no entanto, depende da Honda Racing Corporation (HRC), que paga o salário e as taxas de competição de Alex Márquez e Takaaki Nakagami. “Analisaremos as razões e depois tomaremos uma decisão junto com a Honda”, encerrou Cecchinello. No campeonato, após cinco etapas, os pilotos vêm em 17º e 18º, respectivamente.