Marc Márquez está a caminho de ficar um ano sem andar de moto e a Honda não está gostando nada disso. Segundo a imprensa francesa, a marca japonesa está realizando um inquérito interno para descobrir se houve negligências em seu tratamento.
De acordo com a revista Moto Revue, a Honda enviou uma equipe de investigação do Japão à Europa em dezembro do ano passado, logo após a terceira operação, que colocou uma nova placa, um enxerto ósseo no úmero de Márquez, e iniciou um tratamento contra a pseudoartrose a base de antibióticos.
Márquez quebrou o braço direito em um acidente no GP da Espanha, primeira etapa da temporada 2020 em 3 de julho. Operado pelo Doutor Xavier Mir e sua equipe, o espanhol foi autorizado a entrar na pista para a segunda etapa apenas quatro dias depois.
Aprovação considerada “uma loucura” por Bernard Achou, ex quiroprata da MotoGP em declarações à Moto Revue. “Especialmente em Jerez, que é um circuito onde os pilotos não têm tempo para respirar, a frenagem é constante. A placa poderia ter partido a qualquer momento“, destacou.
Achou não hesita em apontar os culpados: “Todos são responsáveis. Os médicos, os chefes de equipe… Mas antes de mais nada, o cirurgião que fez a intervenção. Em um membro superior como o úmero, a primeira calcificação requer pelo menos três semanas. Ambos, Mir e [Angel] Chartre são responsáveis por este desastre.“
O ex-ortopedista francês ainda vai mais longe: “A pseudoartrose é muito difícil de tratar. Se os antibióticos não funcionarem, uma quarta intervenção certamente será necessária”, acredita. “Além de tudo ainda há o dano psicológico. “Quebrar o braço de novo seria dramático. Mentalmente, pode ser complicado“, conclui.
Poucos meses antes de sofrer o acidente, Márquez assinou um contrato de 15 milhões de euros que começa em 2021 e o liga à Honda até 2024. Felizmente, parece que a recuperação do piloto está no caminho certo, com base nos últimos exames médicos realizados. O octacampeão inclusive já começou a realizar exercícios moderados.