Enquanto a MotoGP não recomeça, os organizadores estão realizando uma série de entrevistas com os pilotos e a bola da vez foi Aleix Espargaró. O espanhol fez interessantes revelações, como quase correr pela Ducati de fábrica em 2015.
Na época, Espargaró era piloto da Forward Racing e havia feito uma boa temporada em 2014, o melhor piloto entre as equipes sem restrições. Já a Ducati havia perdido Cal Crutchlow (substituído por Andrea Iannone) e ainda não havia renovado com Andrea Dovizioso, que acabou ficando.
“Assinei com a Suzuki, mas havia apertado a mão de Gigi Dall’Igna [chefe da equipe Ducati] três semanas antes. O acordo estava praticamente feito, quando Dovizioso acabou ficando. Naquela época, tive a oportunidade de estar em duas das fábricas mais poderosas do campeonato e acabei na Suzuki“, relembra.
Depois, Espargaró relembra os seus anos na Suzuki entre 2015 e 2016. O espanhol fez dupla com o então novato Maverick Viñales, que chamou mais atenção e venceu a primeira corrida da marca nessa nova fase na MotoGP.
“Eu tive um bom primeiro ano com a Suzuki e, no segundo ano, a realidade é que a troca de pneus da Bridgestone para a Michelin me custou muito“, opina Espargaró. “Mas não é uma desculpa, eu não estava preparado para isso. Maverick venceu um Grand Prix, ele estava muito mais competitivo que eu“, reconhece. “Acho que não tive um ano ruim porque fiquei entre os seis primeiros muitas vezes, mas não estava no nível de Maverick, essa é a realidade“.
Por fim, Espargaró comentou sobre sua equipe atual, a Aprilia. O seu contrato atual encerra-se ao fim de 2020. “Infelizmente, este ano está sendo desse jeito, porque se eu tivesse [correndo com] uma moto competitiva, como parece ser poderia demonstrar muitas coisas e quem sabe o que poderia acontecer em 2021, mas por enquanto não tenho escolha a não ser jogar Zwift e curtir meus filhos“.
Antes, no entanto, Espargaró revela que teve uma crise em 2019: “Foi um ano muito decepcionante, não gostei de nada na moto“, confessa. “Quando você não gosta de nada e continua levando sua vida, se arrastando pelos circuitos, caindo… eu tive um momento muito ruim“.
De lá para cá, no entanto, as coisas melhoraram com a chegada de uma moto totalmente nova para 2020. “A verdade é que as coisas mudaram muito. Nos testes de Sepang, quase fui às lágrimas na minha primeira volta. Fomos muito competitivos, então, bem, não tenho pressa de renovar com a Aprilia, não sei o que acontecerá no próximo ano, existem algumas opções“, acredita. “Espero que possamos começar o ano e eu realmente quero continuar me divertindo como eu fiz na pré-temporada e que este não seja o meu último ano no motociclismo“.