O GP da Indonésia de MotoGP, realizado no último final de semana, foi traumático para a Honda. A Michelin, fornecedora única de pneus decidiu mudar os compostos para a etapa, por questões de segurança, e a equipe japonesa parece ter sido a mais afetada.
A Honda havia se saído muito bem durante os testes pré-temporada realizados no circuito de Mandalika, há apenas um mês. Pol Espargaró, inclusive, foi o mais rápido com o tempo de 1min31s060. Entretanto, como o asfalto tinha muita aderência, a Michelin chegou à conclusão de que os pneus de 2022 não resistiram a corrida inteira.
A empresa francesa, portanto, decidiu mudar a escolha de pneus para a etapa indonésia trazendo de volta os compostos utilizados em 2018. Mas a Honda RC213V 2022 não parece ter gostado nadinha dessa mudança: o melhor tempo, 1m31s830, foi estabelecido por Marc Márquez no Q1. Mas, o espanhol caiu quatro vezes.
“Na pré-temporada estávamos muito rápidos e então, de repente, a Michelin trocou o pneu e a nossa moto também mudou completamente, foi outra. Marc Márquez teve muitas quedas e não conseguiu correr“, disse Alberto Puig. A Honda teve o décimo segundo lugar de Pol Espargaró como o melhor resultado.
“Teremos que discutir a situação com a Michelin, porque ainda não entendemos completamente o que aconteceu. Passar de muito rápido há um mês para a situação em que tivemos neste fim de semana é muito difícil para nossos pilotos e custa ser consistente e confiante. Não podemos ficar felizes“, completou o dirigente da HRC.
Espargaró explicou que sua moto foi feita para pneus de 2022, e que não poderia funcionar com os de 2018: “A Ducati sofreu muito no teste e agora voa. Nós o contrário. A Michelin arruinou nossa moto“, esbravejou. Enquanto isso, Márquez foi diagnosticado novamente com diplopia e é dúvida para a próxima etapa na Argentina.