Passada meia temporada de 2023 já podemos fazer algumas análises de desempenho, como dos pilotos que trocaram de moto do ano passado para cá. Como eles estão no campeonato?
Sete pilotos trocaram de moto para 2023: Miguel Oliveira (da KTM para a Aprilia), Jack Miller (da Ducati para a KTM), Pol Espargaró (da Honda para a KTM), Joan Mir (da Suzuki para a Honda), Raul Fernandez (da KTM para a Aprilia), Alex Rins (da Suzuki para a Honda) e Alex Márquez (da Honda para a Ducati).
Algumas trocas foram por vontade própria (como Miguel Oliveira), outros porque foram preteridos por suas equipes anteriores (caso de Jack Miller, Raul Fernandez e Alex Márquez) outros por motivo de força maior, como a desistência da Suzuki que deixou a pé Joan Mir e Alex Rins.
É uma análise difícil, pois atravessamos a primeira metade mais acidentada da história da MotoGP, com mais de 22% de todos os pilotos perdendo pelo menos uma corrida devido a lesão (caso de Miguel Oliveira, Pol Espargaró e Alex Rins), o que distorce os resultados. Pequeno spoiler: o melhor classificado (Jack Miller) não foi necessariamente o melhor na pista.
Joan Mir
O pior classificado até agora, de todos eles, é Joan Mir, que ocupa apenas a 25ª posição no campeonato com meros 5 pontos somados. O mais incrível de tudo: esses cinco pontos foram somados todos na primeira corrida do ano, o GP de Portugal. De lá para cá, acumula 14 quedas. O campeão de 2020 não esconde que está apanhando feio da RC213V (muito mais do que seu ex-companheiro de equipe, Alex Rins) e admitiu que chegou a pensar em aposentadoria nas férias.
Raul Fernandez
Quem também não está correspondendo às expectativas é Raul Fernandez. O badalado vice-campeão da Moto2 em 2021 chegou à MotoGP no ano seguinte com a equipe satélite da KTM e não impressionou, culpando a moto. Mas seu desempenho na RNF-Aprilia está sendo igual. O melhor resultado é um décimo lugar em Silverstone, o único entre os dez primeiros. De resto, o espanhol passa completamente despercebido nas etapas. Na classificação mundial é 20ª.
Pol Espargaró
Pol Espargaró merece um asterisco, pois ele se acidentou seriamente no FP2 do GP de Portugal e praticamente não correu a primeira metade da temporada. Seu regresso se deu no GP da Inglaterra, onde surpreendentemente marcou pontos (11ª). Na Sprint Race do GP da Áustria conseguiu uma extraordinária sexta posição, após o acidente que tirou vários pilotos de combate na primeira curva. Parabéns, Pol!
Miguel Oliveira
Oliveira deixou a KTM contrariado com a ideia de voltar à então equipe satélite Tech3 (hoje GasGas) para recomeçar na equipe satélite…da Aprilia! O esforçado piloto português vem tendo uma temporada de azares, atingido por Marc Márquez, por Fabio Quartararo e sempre parece estar no lugar errado na hora errada, como na Sprint Race do GP da Áustria. Mas quando conseguiu correr livremente, teve ótimas atuações. Com tantos contratempos, é apenas 15ª no campeonato.
Alex Rins
Rins conseguiu o feito mais surpreendente de todos, levar a execrável RC213V a uma vitória, no GP dos EUA. Só isso já seria suficiente para uma promoção. Mas a Honda não fez nada e o perdeu para a Yamaha em 2024. Depois de sofrer um forte acidente na Sprint Race do GP da Itália, o espanhol está fora já há cinco etapas. Mesmo assim, ainda é 14ª no campeonato.
Alex Márquez
O irmão mais novo de Marc Márquez saiu da Honda pela porta dos fundos, acusando a marca de falta de apoio, que retrucou alegando de falta de desempenho. Mas a temporada 2023 mostrou quem estava certo. Com uma Ducati GP22 do ano passado, Alex sempre figura entre os primeiros, embora nem sempre esteja lá na bandeirada de chegada. Mas até já venceu uma corrida, a Sprint Race do GP da Inglaterra. É 9ª no campeonato deixando todos os pilotos de sua ex-marca na poeira.
Jack Miller
Miller perdeu o lugar na Ducati oficial para Enea Bastianini (que vem decepcionando) ocupando o lugar de Oliveira na KTM. Muito forte na qualificação, o australiano muitas vezes é um grande protagonista nas primeiras voltas das corridas, mas depois fica para trás. Seu melhor resultado foi no GP da Espanha, onde conquistou dois terceiros lugares consecutivos. O problema é a comparação com seu companheiro Brad Binder, que já venceu duas Sprint Races e quase sempre chega (bem) na frente.