Nem tudo são flores com a vitória de Miguel Oliveira no GP da Estíria, no último domingo (23). Graças ao segundo triunfo na temporada, a KTM perde imediatamente algumas concessões do regulamento e, a partir de 2021, outras. Entenda como funciona aqui.
Para estimular a participação de novas marcas, a MotoGP criou “concessões” no regulamento técnico, ou seja, permissões especiais para que sejam realizados mais testes e uma maior liberdade de desenvolvimento à equipes em sua primeira temporada ou com poucos pontos marcados no campeonato.
Graças a essa regra, KTM e Aprilia podem realizar testes particulares ao seu gosto, ao contrário de Honda, Yamaha, Ducati e Suzuki, que só podem fazê-lo em ocasiões específicas. As concessões, no entanto, são retiradas à medida que o time atinge certa pontuação.
É nesse grupo que a KTM ingressa a partir de agora, o que significa que a marca austríaca não poderá mais realizar testes privados com nenhum dos seus quatro pilotos titulares (Pol Espargaró, Brad Binder, Miguel Oliveira e Iker Lecuona). Eles agora só poderão testar nos testes coletivos oficiais organizadas pela IRTA.
Além disso, os pilotos de teste, Dani Pedrosa e Mika Kallio ficam impedidos de realizar testes particulares em circuitos que fazem parte do calendário 2020. Os pneus também, antes ilimitados, agora serão com o mesmo número das fábricas sem concessões.
A partir de 2021, testes privados estarão limitados a apenas três pistas escolhidas pela marca. Eles também terão o mesmo número máximo de motores que seus rivais (sete ao invés de nove), e terão que selá-los antes da primeira corrida da temporada, sem possibilidade de trabalhar neles ao longo do ano.
O mesmo se aplica à aerodinâmica: até agora, a KTM podia alterar a configuração à vontade, mas em 2021 só poderão utilizar duas versões da carenagem ao longo da temporada. Vale lembrar que, devido à pandemia, os fabricantes concordaram em congelar o desenvolvimento de seus motores até a próxima temporada.
As concessões, contudo, não tiram os méritos da fabricante de Mattighofen que agora ocupa a terceira posição no campeonato de construtores com 82 pontos, apenas seis a menos líder Yamaha. Uma posição que a Aprilia, por exemplo, nunca conseguiu atingir e por isso, deverá permanecer com os benefícios em 2021.