As discussões para definir o quanto antes o regulamento técnico para a temporada 2027 de MotoGP já estão em andamento. E uma das possibilidades é diminuir a capacidade cúbica dos motores para 850cc.
A questão foi levantada pela Associação das Fabricantes (MSMA) com o objetivo de diminuir um pouco a velocidade máxima das motos (que estabeleceram um novo recorde esse ano de 366,1 km/h em Mugello), além de tornar a MotoGP mais atrativa a novos fabricantes.
Seria quase uma volta ao período compreendido entre 2007 e 2011, quando a MotoGP utilizava motores de 800cc contra os 990cc de até então. A Ducati foi a maior beneficiada na época, tanto que ganhou o seu primeiro título mundial com Casey Stoner.
De acordo com a imprensa italiana, portanto, a Ducati vê a mudança para os motores de 850cc com bons olhos, assim como Honda e Yamaha. Por outro lado, KTM e Aprilia, que só agora estão colhendo o trabalho plantado nos últimos anos, se mostraram contra.
Os motores de 1000cc foram introduzidos na temporada de 2012 e o que tem se visto desde então foi uma escalada sem precedentes em potência e velocidade. Para se ter uma ideia, a velocidade máxima atingida em 2002 (990cc) foi de 324,5 km/h. Já em 2015 (1000cc) pulou para 350,5 km/h.
Outras mudanças estão na mesa para discussão, como limitar consideravelmente a aerodinâmica das motocicletas, além dos dispositivos mecânicos de regulagem da suspensão dianteira e traseira. Fala-se também em estabelecer um limite orçamental. Muitos, naturalmente, discordam.
“O teto orçamentário é uma falsa solução. Os departamentos de competição sempre vão gastar o que podem até o último centavo, você não pode banir tudo, então os custos associados a um setor banido seriam redirecionados a outro que está livre“, disse um engenheiro que preferiu não se identificar.
A temporada 2027 será totalmente diferente das anteriores. Além de ser a primeira a utilizar combustível 100% sintético, ainda há a questão dos pneus. O contrato com a Michelin expira em 2026 e a continuidade ainda não está certa. Comenta-se que Bridgestone pode voltar.
Todas essas questões precisam ser aprovadas com unanimidade, de modo que ainda haverá muitas discussões dentro da MSMA. O chefe da Yamaha já admitiu que o foco deles está para 2027. Seja como for, a Dorna está pressionando para chegar a uma definição o mais rápido possível.