O Circuito Internacional de Mandalika, na Indonésia será recapeado em alguns pontos antes do seu primeiro GP, que acontece em 20 de março. A correção será feita a pedido dos pilotos e equipes.
A MotoGP testou no circuito por três dias, no último final de semana. No primeiro dia, a pista estava tão suja que os pilotos tiveram de dar 20 voltas cada (uma imposição da Dorna) para limpar a superfície. Depois de limpa, no entanto, a pista se mostrou com bastante aderência.
Isso, contudo, expôs um problema diferente. A superfície passou a se desgastar muito rapidamente, especialmente em áreas de alta aceleração e frenagem, como a primeira e a última curva. Pedras e lascas de asfalto se soltaram e eram levantadas pelas motos em direção aos pilotos que vinham atrás.
Pecco Bagnaia (Ducati), por exemplo, mostrou um grande vergão no braço, onde foi atingido por uma pedra solta. Alex Márquez (LCR) mostrou uma marca semelhante em sua garganta, assim como Fabio Quartararo (Yamaha). E o problema não é só da MotoGP. Chaz Davies (WorldSBK) relatou problemas semelhantes no ano passado.
Na Comissão de Segurança realizada em Mandalika, os pilotos exigiram ação. As condições eram tão severas, que algo tinha que ser feito. Inicialmente, eles pediram que a corrida fosse adiada para julho, dando tempo suficiente para que a pista fosse recapeada, mas esse pedido foi rejeitado.
Ontem (15), a FIM anunciou que a Indonesia Tourism Development Corporation, empresa responsável pelo autódromo de Mandalika, concordou em recapear parte da pista da curva 17 (a última) até a curva 5, área onde os problemas com pedras foram os piores. Restam apenas quatro semanas para o Grande Prêmio.
Quatro semanas é um prazo curto para repavimentar uma pista. Mas ainda há muita construção em andamento no local, pois o circuito é novo, tendo sido inaugurado em novembro do ano passado. Ainda há muito trabalho a fazer em termos de infraestrutura para lidar com o fluxo maciço de pessoas que deve acontecer.
A MotoGP há muito tempo queria retornar à Indonésia, país sede de várias fábricas de motos e base de numerosos fãs no sudeste asiático. Entretanto, a construção do autódromo – como quase todos os modernos – foi envolta em polêmicas, com disputas com proprietários de terras locais destacados na mídia indonésia.
Segundo consta, os agricultores tiveram suas propriedades compradas, mas os termos do sistema indonésio de consignação deixou-os sem terra e sem o dinheiro que lhes é devido por um longo período de tempo, tornando a vida, que já estava perto dos níveis de subsistência, muito difícil. Sempre há muito por trás de uma corrida…