Com a cidade de Austin, sede do Grande Prêmio dos Estados Unidos se declarando como “zona de emergência” devido ao coronavírus, as chances de o campeonato começar na Argentina estão cada vez maiores. Esse é o desejo do chefe da equipe Ducati, Gigi DallIgna.
Graças à decisão, Austin não pode sediar eventos com mais de 2.500 pessoas, o que já ocasionou o cancelamento do Festival SXSW (que começaria em 13 de março) e do torneio de tênis Indian Wells nessa segunda-feira (9). O Grande Prêmio dos Estados Unidos está programado para 5 de abril.
“Dificilmente correremos em Austin, pelo menos nas datas programadas”, revelou Dall’Igna em um comunicado coletado pelo jornal italiano Corriere della Sera. “O mais razoável é que a MotoGP comece na Argentina”, disse. A prova no circuito de Termas de Rio Hondo esta marcada para 19 de abril.
Sediada em Bolonha, na região da Emilia-Romanha, no norte da Itália, a Ducati está no epicentro do coronavírus na Europa. Apesar de seus funcionários não terem sido infectados pelo vírus, a equipe teve seus próprios problemas desde que voltou dos testes realizados no Catar, no final de fevereiro.
“Tivemos o problema de recuperar o material que foi deixado em Doha após o último teste, o que foi resolvido graças à ajuda da equipe Avintia”, a equipe satélite espanhola da Ducati que tem como pilotos Tito Rabat e Johann Zarco. “A partir daí, teremos que entender o que vai acontecer, é claro que não vai acabar aqui”.
Dall’Igna também lamentou o cancelamento do GP do Catar de MotoGP, uma corrida que Andrea Dovizioso venceu duas vezes e estava ansioso para repetir a dose: “Sinto muito por Dovizioso, porque ele venceu as duas últimas edições desta corrida e tinha boas cartas na mão. Um bom começo é sempre um estímulo, mas a longo prazo, acho que suspender a corrida terá um impacto insignificante”, acredita. “Em uma temporada longa, ganhará quem for mais forte em todas as pistas”.
O lado bom de todo esse atraso é tempo extra para analisar os dados: “Como todas as outras equipes, estamos usando esse tempo extra para resolver os problemas que surgiram nos testes”, garante. “No momento, ninguém apresentou especificações, projetos ou configurações de motocicletas. Os regulamentos nos permitem deixá-lo para o último momento”, relembra.