O CEO da Ducati, Claudio Domenicali comentou sobre a repentina saída da Suzuki da MotoGP ao fim do ano. O executivo se mostrou solidário com a decisão dos japoneses, mas acha difícil que o mesmo aconteça com a fabricante italiana.
Entrevistado pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport, Domenicali preferiu abordar a questão do ponto de vista empresarial e não como fã. Embora a decisão desperte certa sensação nos entusiastas, o mesmo não acontece com quem tem que administrar as contas de uma empresa em um momento de crise global.
“Visto de fora parece incompreensível, mas quem está no meu lugar enfrenta o problema como dirigente e não como torcedor. Para algumas empresas, e a Ducati é uma delas, as corridas são a própria essência da empresa“, disse Domenicali durante o episódio do ‘MotoG-Podcast’, editado por Paolo Ianieri e Zoran Filicic.
“A Suzuki não é nova nessas ações, saiu, está de volta, agora está saindo novamente“, continuou Domenicali referindo-se à saída anterior da marca em 2011 e retorno em 2015. “A mesma coisa acontece na Fórmula 1 com outros fabricantes entrando e saindo, enquanto a Ferrari sempre esteve lá.“
“Neste momento a situação global é bastante complexa, estamos expostos a turbulências, temos uma guerra a curta distância e tem um impacto econômico significativo, os custos energéticos estão sob pressão. Para a Suzuki este investimento nas corridas não era uma prioridade”, acredita o executivo.
Se o clima é de enterro na Suzuki, o mesmo não se pode dizer na Ducati, que venceu o GP da Espanha com Francesco Bagnaia no último domingo (1º). Domenicali acredita que a equipe finalmente reencontrou o caminho das vitórias apesar do difícil começo de temporada.
“Quando você chega a um nível de desempenho, com o do final de 2021, fica tentado a não mudar nada. Mas sabíamos que aquela moto tinha limites em algumas pistas como em Assen e Jerez. No ano passado vencemos em Jerez porque Quartararo teve um problema no braço. Entre permanecer e inovar é sempre difícil, mas somos sempre a favor da inovação“, salienta Domenicali. “Algumas escolhas levaram mais tempo de desenvolvimento do que o esperado e isso afetou a mente dos pilotos e sua preparação. Mas sem esta moto não teríamos vencido este ano em Jerez.”